PALESTINA

ENTENDA O QUE FOI A NAKBA, A CATÁSTROFE DO POVO PALESTINO - Link para a matéria da Agência Brasil - https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-11/entenda-o-que-foi-nakba-catastrofe-do-povo-palestino

domingo, 22 de setembro de 2013

Serguei Lavrov diz que EUA "estão chantageando” Rússia na questão Síria

Internacional

Ministro dos Negócios Estrangeiros russo fala à TV sobre tensão internacional

Serguei Lavrov: “Os Estados Unidos
 estão tentando chantagear a Rússia e o resto do mundo”
Os Estados Unidos estão tentando chantagear a Rússia e o resto do mundo, impondo à comunidade internacional o seu controvertido cenário de paz na Síria, segundo afirmou neste domingo, 22, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, em entrevista à principal rede de TV do país, o Canal 1.
O chefe da diplomacia russa acusou Washington de politicar excessivamente a crise síria. Lavrov disse que os Estados Unidos estão usando a guerra civil naquele país do Oriente Médio para "afirmar a sua supremacia" e fazer a região "dançar a sua música". E ele garantiu que a abordagem americana nada tem a ver com a paz continuada e o plano de retirada das armas químicas pregados pela Rússia.
O Ministro Lavrov apelou para que os Estados Unidos cheguem à conclusão de que o mundo se tornou "policêntrico", e que não é bom impor as opiniões dos Estados Unidos sobre a comunidade internacional.
Esta foi a primeira vez em que o normalmente imperturbável ministro ddos Negócios Estrangeiros russo atacou os parceiros ocidentais de Moscou. O tom do comentário de Lavrov na entrevista ao Canal 1 mostra quão profunda parece estar a tensão entre o bloco Rússia -China, de um lado, e a coalizão EUA-Reino Unido-França, do outro.
A entrevista de Lavrov ocorreu poucos dias antes de sua viagem a Nova York, para participar da Assembleia-Geral da ONU. Então, o chefe das Relações Exteriores da Rússia deverá reunir-se com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e com outros diplomatas. A expectativa é de que as negociações trilaterais entre Sergei Lavrov, John Kerry e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai alavancar a nova conferência de paz sobre a Síria, apelidada de Genebra 2.
Ainda na entrevista ao Canal 1, Lavrov disse que a recente publicação do relatório dos inspetores das Nações Unidas sobre as armas químicas da Síria deu lugar a um grande número de insinuações, provando que o Ocidente realmente não precisou de uma prova para fazer acusações. “Os Estados Unidos e a França realmente nunca pretenderam usar muito desse relatório”, comentou. “Eles alegaram saber tudo de antemão, dizendo que seu serviço de inteligência foi impecável, embora nunca tenham sido apresentados dados completos, enquanto os dados que escolheram para nos mostrar não provam que havia armas químicas no conflito.”
O ministro russo observou ainda que uma carta aberta de veteranos da CIA e do Pentágono dirigida ao Presidente Barack Obama e publicada antes da investigação da ONU, em 8 de setembro, dizia que o suposto ataque químico de 21 de agosto perto de Damasco foi uma provocação.
A carta acusa o diretor da CIA John Brennan de tentar repetir o cenário criado em relação ao Iraque, para mais uma vez enganar os americanos e o Congresso dos EUA. Os veteranos da CIA citaram a inteligência da Grã-Bretanha, dizendo que o governo sírio não estava implicado no ataque químico a civis. Mas a notícia não foi divulgada.
Lavrov afirmou também que os Estados Unidos intencionalmente usam o relatório da ONU para forçar a Rússia e a comunidade internacional a aceitar a sua abordagem. Ele disse:
"Nossos parceiros ocidentais estão começando a nos chantagear: se nós não aprovarmos a resolução do Capítulo 7 do Conselho de Segurança da ONU, iremos efetivamente anular o trabalho da Organização para a Proteção Contra as Armas Químicas, em Haia. Isso vai contra tudo que nós acordamos com John Kerry – que é aguardar a decisão da OPAQ e depois sustentá-la com uma resolução do Conselho de Segurança, embora não sob o Capítulo 7."
Sergei Lavrov sugeriu que o Ocidente viu o acordo Rússia-Estados Unidos sobre as armas químicas na Síria não como uma oportunidade para livrar o mundo do arsenal tóxico existente, mas como "uma chance para avançar sobre o bloco russo-chinês uma resolução de força que tem como objetivo derrubar o regime e encobrir as ações de oposição, para atribuir a culpa a Bashar al-Assad e dar espaço a cenários militares”.
"Eles [o Ocidente] não podem admitir seu erro. Eles cometeram um erro na Líbia quando bombardearam o país e o empurraram à beira do precipício; cometeram um erro no Iraque, onde fizeram as mesmas coisas, além de lançar uma operação terrestre e causar a destruição no país, que vê dezenas de inocentes morrerem a cada dia que passa na mão de terroristas. Não é uma preocupação a mais. Agora todo o mundo está dizendo que Bashar al-Assad deve sair. É claro que eles não querem falar sobre a catástrofe que essa série de operações militares tem causado na região. "
O diplomata russo destacou que dois em cada três militantes da oposição síria são jihadistas empenhados em transformar o país num califado islâmico, e que isso pode desencadear um desastre em todo o Oriente Médio.
"Eu gostaria de ressaltar que não podemos garantir que a Síria vai desistir de suas armas químicas”, disse Serguei Lavrov. “Vimos que a Síria aderiu à Convenção Contra as Armas químicas, sem quaisquer reservas. Agora, a Síria é uma parte responsável deste documento, o que significa que a comunidade internacional – ou a OPAQ, para este caso – deve garantir que a Síria vai agir em conformidade com isso."
Sergei Lavrov também apontou para o fato de que a comunidade internacional não precisa enviar suas tropas para a Síria a fim de monitorar o processo de eliminação de armas químicas. Ele disse que a polícia foi suficiente para garantir os inspetores da OPAQ, mas ofereceu as forças de segurança russas para assumir esta tarefa.
Fonte - Diário da Russia  22/09/2013

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