quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Rio Negro como alternativa para 'desafogar' trânsito de Manaus

Amazônia

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O arquiteto e diretor-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Roberto Moita, afirmou que o sistema beneficiaria vários bairros de Manaus. "Existe um potencial de mobilidade através do rio que seria ligar os bairros da orla, que vai desde o Puraquequara até a Ponta Negra, com linhas inter-bairros", explicou.
Já o engenheiro civil especialista em saneamento e recursos hídricos, João Tito Borges, afirmou que para o sistema ser eficiente é necessário construir píeres ao longo da orla da cidade ou portos móveis que acompanhem a vazante do rio Negro, como no Porto de Manaus, no Centro da cidade. Borges estimou que o trajeto pela orla de Manaus dura cerca de uma hora e 30 minutos de carro. Pelo rio Negro, o percurso seria de aproximadamente 20 minutos.
Moita apontou o transporte fluvial como uma alternativa para Manaus que poderia interliga-se aos modais rodoviários de transporte. "O número de viagens de ônibus entre esses bairros não é muito grande. Geralmente as linhas são mais radiais em direção ao Centro. Os grandes fluxos da cidade são outros", constatou o diretor-presidente do Implurb. Ele disse que no Brasil não há experiências consistentes de transporte fluvial em áreas urbanas, entretanto, citou Veneza, na Itália, onde o único transporte possível é o fluvial.
Borges apontou o sistema de transporte fluvial de Amsterdã, na Holanda, que tem canais drenados; e a navegação pelo rio Sena, em Paris, na França. Em Manaus, ambos concordam que transporte pelo rio Negro seria um atrativo turístico, além de 'desafogar' o tráfego de veículos nas ruas.
Transporte por igarapés da cidade
Ao contrário do rio Negro, os especialistas consultados pela reportagem discordam que os igarapés de Manaus tenham estrutura para complementar um possível sistema de transporte fluvial da cidade. O gestor do Implurb disse que os igarapés são navegáveis em partes do ano.
O engenheiro especialista em recursos hídricos informou que os igarapés da cidade têm pouca vazão e estão poluídos. "Para usar um igarapé para transporte seria necessário manter o nível de navegabilidade adequado para tráfego de embarcações", explicou Borges. Além do baixo nível de água nos igarapés, ele disse que a poluição dos igarapés colocaria em risco a saúde dos passageiros.
A Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) informou que, diariamente, cerca de 25 toneladas de lixo são retirados dos igarapés dos bairros Educandos e São Raimundo, além dos igarapés Franco (bairro Compensa) e Mindú (um dos maiores da cidade) e de comunidades ribeirinhas. O trabalho é realizado por 60 pessoas com auxílio de balsas, barcos pequenos, retroescavadeiras, redes de contenção e cestos coletores para remoção manual de resíduos sólidos.
Fonte - Revista Amazônia  26/09/2013

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