quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Mais caminhões nas estradas

Ferrovias



Vagões e locomotiva da Rumo em acidente na Serra do Mar, em janeiro

RF
A Rumo pretendia tirar das estradas paulistas duas mil viagens de caminhões por mês (ida e volta), mas isso não esta sendo possível por falta de cumprimento do contrato que a ALL tem com a empresa de logística do grupo Cosan para o transporte de açúcar do interior de São Paulo ao porto de Santos. A Revista Ferroviária apurou que existiram ocasiões que a ALL chegou a ofertar menos da metade do serviço acordado com a Rumo.
Na última segunda-feira (16/09), foi publicado no Diário Oficial da União uma portaria da ANTT determinando que a ALL restabeleça imediatamente a prestação do serviço de transporte de cargas por ferrovia da Rumo. A portaria prevê aplicação de multa e medidas judiciais caso a determinação não seja cumprida.
A ALL informou que esperava por essa determinação e está trabalhando para performar o volume acordado. Em agosto, durante teleconferência sobre o final da negociação da entrada da Cosan no grupo de controle da ALL, o presidente da Cosan, Marcos Lutz, disse que a Rumo estava colocando mais caminhões de açúcar na serra, rumo ao cais santista. O motivo do aumento de caminhões nas estradas seria o não cumprimento do acordo que a ALL tem com o grupo. Na ocasião, Lutz disse que a ALL é uma empresa regulada e que acreditava que a concessionária fosse atender a demanda, já que era caro para ela não fazer isso - referindo-se a multa prevista em contrato. A Cosan disse que não vai se pronunciar sobre a determinação da ANTT.
A ideia do projeto da Rumo é ganhar eficiência logística no transporte do açúcar e com isso tirar os caminhões das estradas, gerando reduções de emissões de gás carbônico (CO2) . Esse é o primeiro investimento privado em ferrovia a ser executado no modelo semelhante ao que o Governo Federal anunciou no Programa de Investimentos em Logística (PIL).
O acordo entre a ALL e a Cosan contempla investimentos, por parte do grupo que atua no ramo sucroalcooleiro, de infraestrutura e energia, para a duplicação da linha da ALL de Itirapina a Santos, em andamento; terminais e compra de 50 locomotivas e 929 vagões. Segundo a Cosan, o grupo já fez 90% do investimento total acordado com a concessionária. A ALL é a responsável é transporte e também utiliza os ativos da Rumo para transportar outras cargas – pelo contrato, ela paga aluguel por esse uso.
Parte desse material rodante já foi danificado. Em janeiro desse ano, 16 vagões e duas locomotivas de um trem da ALL descarrilaram na Serra do Mar, uma das locomotivas era da Rumo e parte dos vagões. Em maio do ano passado, um trem carregado com soja chocou-se com uma locomotiva da Rumo em Chapadão do Sul (MS). Com o impacto, o vagão levantou e a locomotiva ficou semi-destruída – a locomotiva era operada pela ALL.
Fonte - Revista Ferroviária  19/09/2013

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