terça-feira, 28 de maio de 2013

Transordestina poderá ter nova rota por conta de cidade planejada

Nova rota para a ferrovia

Por André Clemente
A Ferrovia Transnordestina passará por mais uma alteração de traçado em Pernambuco. A nova rota muda em 6,8 quilômetros o caminho dos trilhos no último trecho de implantação do projeto, próximo a Suape, para desviar do centro do Cabo de Santo Agostinho e da cidade planejada Convida Suape. Com isso, a proposta também possibilitará a implantação de um pátio de trens com seis linhas de trilhos com três quilômetros cada, para auxiliar o fluxo de demanda de cargas ao Complexo Industrial Portuário de Suape. A proposta depende de aprovação federal para sair do papel e exigirá novos estudos de impacto ambiental e processos de indenização, o que pode deixar a obra ainda mais lenta.
foto - ilustração
Depois de outras três alterações de traçado (veja histórico de mudanças no quadro), os gestores envolvidos na obra reforçam a necessidade do replanejamento. De acordo com o diretor de desenvolvimento do Convida Suape, Armênio Ferreira, sair dos centros urbanos reduzirá os gastos com desapropriações em até R$ 40 milhões, segundo levantamento interno da empresa. Outro ponto positivo é o ganho energético pela nova região ser mais plana, o que deixa os sistemas de partida e de freio do trem mais ágeis e confortáveis.
“A alteração é viável por ainda não haver obras no local. Deixaremos de ter quase sete quilômetros para ganhar 600 metros em áreas urbanas. O projeto novo foge de áreas de produção, de zonas de granjas, do Convida Suape, e fica nas proximidades de áreas do complexo, inclusive sem indústrias”, justificou. O Convida Suape é um projeto do Cone Suape, braço da Moura Dubeux, que prevê a construção de uma cidade planejada para 100 mil habitantes no Cabo.
Outro ponto positivo, ainda segundo Ferreira, é a otimização do escoamento produtivo em Suape. “Cada trem possui 1,5 quilômetro e a implantação de um pátio deixará a demanda segura no equipamento. Serão mais seis linhas, podendo abrigar dois trens em cada uma delas, tanto para descarregar grandes cargas como para manutenção dos transportes. Isso trará segurança para o complexo”, complementou.
As três recentes mudanças estão dentro do último trecho da ferrovia no estado, que reúne cerca de 100 quilômetros de trilhos e deixam suspensas as desapropriações, principal entrave do reprojeto. “Os acordos entre TLSA e governo federal sobre o novo (e mais real) custo da obra, que pode passar de R$ 5,4 bilhões para R$ 7,5 bilhões, têm sido um grande problema ao avanço deste último trecho. Como o traçado demora a ser aprovado, as negociações para a liberação de terrenos não conseguem andar”, disse o secretário de projetos especiais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do estado (Sdec), Luiz Quental. A TLSA informou que não vai comentar os projetos por ter o custo da obra ainda em análise em âmbito federal.
Veja o que já mudou no projeto da Ferrovia Transnordestina:
O projeto sofrerá a quarta intervenção para desviar parte dos trilhos no centro do Cabo de Santo Agostinho, onde, inclusive, está sendo implantado o projeto Convida Suape, cidade planejada para 100 mil habitantes.
A segunda alteração ocorreu para que o centros urbanos das cidades de Escada, Gameleira e Ribeirão não fossem cortados pelos trilhos. A proposta foi apresentada em 2012.
Para evitar áreas de inundação com a construção da barragem de Serro Azul, iniciada neste ano, o traçado foi readequado, pela segunda vez, em 2011.
Em Custódia, no Sertão, depois de anos de entrave para definição da manutenção da Igreja São Luiz Gonzaga, no Sítio Fazendinha, uma nova rota foi planejada, passando 14 metros ao lado da unidade. Uma nova igreja chegou a ser construída em 2011, mas não houve adesão da comunidade.
Entenda a obra:
A Ferrovia Transnordestina terá 1.728 quilômetros e partirá de Eliseu Martins, no Piauí, até o município de Salgueiro, no Sertão do estado. A cidade será a conexão para os dois portos nordestinos, de Pecém, no Ceará, e de Suape, em Pernambuco.
O custo da obra já foi reajustado duas vezes:
Começou em 2007 com R$ 4,5 bilhões
foi reajustado em 2010 para R$ 5,4 bilhões
e acaba de ser revisto para R$ 7,5 bilhões
O prazo de entrega do projeto, atualmente, é indefinido. Apesar de o último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destacar 2015, a falta de celeridade da obra já faz o cronograma ser estendido a 2016.
Fonte: Transnordestina Logística S.A. (TLSA)/Ministério dos Transportes

Fonte - Diário de Pernambuco  28/05/2013

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