sexta-feira, 29 de março de 2013

TAV e Trem Regional: considerações

Luiz Carlos Leoni


Planejar trens de alta velocidade –TAV, antes de trem regional de passageiros, é colocar a carroça na frente dos bois e, se governar é definir prioridades, entendo ser estas as prioridades no Brasil para o sistema ferroviário pela ordem;
1º Trens suburbanos e metrôs domésticos;
2º Ferroanel, com rodoanel integrado, com ligação Parelheiros-Itanhaém, para o caso de São Paulo;
3º Trens de passageiros regionais;
4º TAV.Com relação ao cenário mundial seria;

1º Integração Nacional;
2º Integração Sul Americana;
3º Integração com o Hemisfério Norte.

Trens de passageiros regionais são complementares ao futuro TAV, e não concorrentes, pois servem a cidades não contempladas, inclusive Campinas, com mais de 1,2 milhões de habitantes, e potencial maior do que o de alguns estados e de muitas capitais do Brasil. Portanto, comporta as duas opções.
Pelo proposto as mesmas composições atenderiam de imediato aos trens regionais planejados nas maiores cidades brasileiras - 150 km/h - utilizando alimentação elétrica existente em 3,0 kVcc, a curto prazo, já dando a diretriz do Plano Diretor quando fossem utilizadas no TAV, aí utilizando a tensão e corrente elétrica de 25 kVca, com velocidade max. de 250 km/h, uma vez que já foi determinado pela “Halcrow” velocidade média de 209km/h para o percurso Campinas- Rio previsto para após o ano de 2020, se não atrasar, como a maioria das obras do PAC. No longo prazo, este modelo é inédito no Brasil.
Para esclarecer; não se deve confundir os trens regionais de até 160 km/h com os que existiam antigamente no Brasil, que chegavam a no máximo aos 90 km/h por varias razões operacionais, e o fato de trens regionais e TAV serem de operações distintas não justifica que não tenham que se integrar, sendo que, para a estação em SP, o local sairá em locais paralelos à CPTM entre Mooca e Barra Funda, podendo ser criada a estação Nova Luz, no lado oposto em que se encontra com a Júlio Prestes.
No mínimo três das montadoras instaladas no Brasil, além da Embraer, têm tecnologia para fornecimento nesta configuração, inclusive os pendulares Acela e Pendolino, que possuem uma tecnologia de compensação de suspenção, que permite trafegar em curvas mais fechadas com altíssima porcentagem de nacionalização.
Fala-se de integração ferroviária Sul Americana, e as principais economias após o Brasil são a Argentina, e Chile, e ambos, possuem a bitola de 1,67 m (Indiana),sendo que só a Argentina possui mais de 23 mil km, o que corresponde, a 4 vezes mais km do que a correspondente brasileira, e quilometragem praticamente igual em métrica. Em consulta a técnicos argentinos e chilenos, os mesmos informaram ser infundadas as informações de que circulam no Brasil, que que está sendo substituída por 1,43m, e que se um dia esta integração ocorrer, ela será feita com a métrica, como existentes em outros países como Bolívia e Colômbia, além dos mencionados, tratando-se, portanto, de premissas equivocadamente plantadas.
Quanto ao TAV, hum, este não sei não.
Teve um ex-ministro de nome Bernardo, que no início do ano de 2011 deu a seguinte declaração à mídia; ”Trens regionais de passageiros poderão trafegar nas futuras linhas exclusivas do TAV”.
Ufa, até que enfim! Esta era uma noticia que sempre esperei ouvir, e que desde a década de 70 se fala dele. Agora a previsão é para após 2020, e poucas coisas estão definidas: estações, trajeto etc., e o modelo proposto é independente, bitola divergente dos trens regionais existentes de 1,6m, e não compatível para uso como trem regional, com vantagem de não necessitar de duplo rodeiro (Standard e Ibérico), necessário para quando adentra a Espanha, rumo a Portugal, e que trafega tanto como trem regional ou como TAV. Portanto, pode-se afirmar que, embora a intenção seja louvável, existe uma contradição entre o que se falou e o que esta sendo planejado. Além disto, as obras deste porte têm até data para começar, mas a sua conclusão, nem a futuróloga mãe Dinah consegue prever!
Fonte - São Paulo Trem Jeito  29/03/2013

VÍDEO de um TREM PENDULAR

2 comentários:

  1. O presidente da Alstom no Brasil, Philippe Delleur, afirmou que fazer trens regionais de média velocidade em São Paulo seria o caminho "mais seguro e curto" para o Brasil chegar ao trem-bala.

    Para ele, o problema está nas obras civis. As empreiteiras nacionais, disse, indicam que o valor dado pelo governo está subdimensionado. O projeto total está estimado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) em R$ 33,1 bilhões, sendo cerca de R$ 28 bilhões (valores de dezembro de 2008) em obras e desapropriações.
    Delleur afirmou que as empresas já estão com dificuldades para conseguir recursos próprios, "equity", para ingressar como sócias. E, caso a obra fique mais cara que o previsto, serão necessários mais recursos próprios ou financiamento. O BNDES pode financiar até R$ 20 bilhões.
    "Nossas conversas com investidores indicam que é muito difícil achar um valor tão grande de "equity" privado. Os investidores financeiros não vão colocar dinheiro se não houver um grande esclarecimento sobre o projeto. E, se o orçamento não é R$ 33 [bilhões], é R$ 50 [bilhões], aumenta o tamanho do problema a ser resolvido."

    O tempo a mais até a nova data do leilão também será usado para fazer novos estudos sobre as conexões com outros sistemas de transportes, principalmente em São Paulo. Como é essencial que a linha de alta velocidade seja integrada, Delleur defende os trens regionais.
    Teste da demanda
    Pelos estudos, cerca de 70% da demanda do trem-bala virá de ligações entre as cidades paulistas. Por isso, diz, o ideal seria testar um sistema ferroviário nessas ligações, conhecer a demanda real e, só depois, passar para os trens de maior velocidade.
    "Grande parte da demanda não fica entre SP-RJ, mas em volta de São Paulo. O projeto deveria trazer resposta a essa demanda existente e, para isso, o regional pode ser rapidamente feito, em três a quatro anos, captar a demanda, estabilizar e usar esses recursos para continuar o projeto de alta velocidade."
    O governo federal tem projetos para vinte e uma linhas regionais no Brasil.
    Os trens regionais têm velocidades máximas de 250 km/h, enquanto os de alta operam a até 350 km/h.
    Fonte:Folha de S.Paulo

    Concordo perfeitamente com a opinião do sr. Delleur, quando especifica-se trens com velocidade de até 250 km/h que podem ser usados como trens regionais com alimentação em 3 kVcc e futuramente como trens TAV em linhas exclusivas com alimentação em 25 kVca podendo ser os do tipo pendulares Acela ou Superpendolino que possuem uma capacidade de trafegar em curvas de raios menores pois possuem um sistema de compensação de estabilidade de até 8 graus, adaptando-se melhor as condições brasileiras usando as mesmas composições para ambas especificações e padronizados em bitola de 1,6 m, exatamente como é em SP, MG e RJ entre outras cidades principais.
    Estes modelos de trens são de tecnologia consagrada, e podem ser construídos no Brasil, inclusive pela Embraer.

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  2. ”Proposta de trens regionais ligando São Paulo a Brasília"

    1ª fase Interligar a ferrovia N/S em GO com a FCA existente passando pelas cidades de Araguari, Uberlândia, Uberaba-MG que hoje se encontram operando somente em bitola métrica, com a implantação de bitola mista, até o ponto que se encontram com a bitola larga em Campinas-SP.

    2ª fase Interligar em linha paralela com a N/S passando por Anápolis, Itumbiara-GO, Monte Alegre de Minas, Prata e Frutal-MG e adentrando pelo centro norte de SP na cidade de Colômbia, e seguindo por Barretos, Bebedouro, Jaboticabal, até Araraquara -SP, por uma ferrovia existente já em bitola 1,6 m, ambos os trajetos (fases) como função de linhas troncos.

    Fica aí já definida uma potencial rota para trens regionais de passageiros de médio e longo percurso São Paulo - Brasília, passando por muitas destas cidades citadas entre outras, além de um trajeto coerente para cargas, (dupla função) com o fator de sazonalidade igual a zero.

    Ligação MG com o porto da Bahia via Pirapóra, utilizando parte de trechos desativados no passado pela RFFSA.

    Ramal de ligação do município de Lucas do Rio Verde-MT a Uruaçu-GO interligando com a N/S.

    Ramal de ligação de Bacarena / Belém-PA a Açailândia / São Luís-MA ~450 km interligando com a N/S, para navegação de cabotagem EF-151.

    Ligação de Porto Murtinho-MS a Panorama-SP ~750km e a partir daí interligando com a N/S, pelo interior de São Paulo até Colômbia por ferrovia existente com a N/S, EF-151.

    Não coloquei como prioridade 0ª fase a urgência da entrada em operação do trecho pronto da N/S que de tão obvio se torna um absurdo estas providencias.

    A maior parte destas propostas é a de se utilizar ao máximo os trechos ferroviários existentes que se encontram desativados ou subutilizados, e os trechos novos complementares se limitam a;

    1-Ligação fer. N/S Anápolis / Itumbiara-GO Colômbia-SP ~350 km.
    2-Ramal de ligação do município de Lucas do Rio Verde-MT a Uruaçu-GO interligando com a N/S.
    3-Ramal de ligação de Bacarena-PA ao Açailândia-MA ~450km para navegação de cabotagem interligando com a N/S.
    4-Ligação de Porto Murtinho-MS a Panorama-SP ~750km interligando com a N/S, EF-267 pelo interior de São Paulo por ferrovia existente, que já se encontram interligadas com a N/S em Araraquara.

    Notas:
    Iª Com estas propostas ficam suprimidos os trechos Anápolis-GO / Estrela do Oeste –SP ~2255 km e Estrela do Oeste / Panorama-SP ~ 160 km.
    IIª Define a cidade de Panorama-SP de onde deve partir rumo ao Rio Grande do Sul da continuação da fer. N/S.

    Este texto se complementa com o "Como conseguir 700 km de ferrovia a custo mínimo" de Paulo Roberto Filomeno

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