domingo, 3 de março de 2013

Os desafios de ir e vir em meio às obras de mobilidade em Fortaleza

Diário do Nordeste
Até a Copa do Mundo, a cidade se transformará em um canteiro de obras dificultando ainda mais os deslocamentos

Mobilidade urbana é um dos maiores desafios das grandes metrópoles. Em Fortaleza, as intervenções tornam ainda mais complicado o já saturado trânsito. Para os que se queixam do caos instalado nas ruas, a única saída é ter paciência, pois o que está ruim deverá ficar ainda pior. Até a Copa do Mundo de 2014, a Capital se transformará em um verdadeiro canteiro de obras com a construção de túneis, viadutos e alargamento de vias. Ainda que visem dar maior fluidez ao tráfego, até que essas intervenções fiquem prontas o grande desafio será conseguir se locomover na cidade.
 Foto: Kiko Silva

Em horário de pico o trânsito fica lento na Engenheiro Santana

A priorização do transporte individual em detrimento do coletivo agrava as condições de mobilidade na Capital. Os congestionamentos aumentaram, implicando em consequências diretas na qualidade de vida da população, que perde muito tempo nos deslocamentos. Na última década, a frota de veículos de Fortaleza dobrou, passando de 353 mil em 2000, para 707 mil veículos em 2010. Enquanto a população cresceu 14,5%, conforme aponta estudo do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
O avanço expressivo da frota de veículos se deve ao aumento do poder aquisitivo das famílias de baixa renda e aos ganhos reais do salário mínimo. Entre 2008 e 2011, o estudo do Ipece revela que a proporção de domicílios com algum tipo de automóvel (moto e/ou carro) aumentou 53,1% entre as pessoas de baixa renda. Enquanto nas classes média e alta foram de 20,1% e 4,9%, respectivamente.

Intervenções
Hoje, duas grandes intervenções são realizadas na Capital. As avenidas Engenheiro Santana Júnior e Rogaciano Leite estão interditadas desde 17 de julho do ano passado, para a construção de dois túneis. Segundo o Departamento Estadual de Rodovias (DER), responsável pela obra, o prazo de término é de oito meses, que expira neste mês.
No entorno da Arena Castelão outra grande intervenção está causando dor de cabeça nos moradores da região. Desde 23 de fevereiro, desvios foram feitos para a construção de um túnel na rotatória do estádio, no cruzamento das avenidas Alberto Craveiro, Dedé Brasil e parte da Paulino Rocha, e para o alargamento da Avenida Alberto Craveiro. O administrador Ellison Machado, 32 anos, morador do bairro Passaré, se queixa que o trânsito ficou mais perigoso, principalmente a partir das 20h.
"Todos os desvios são por dentro de favelas, tanto pelo Barroso como pelo Dias Macêdo, então a gente fica bastante apreensivo. E não houve nenhum reforço na segurança", ressalta. Após os desvios, ele diz que os congestionamentos aumentaram consideravelmente e as colisões acontecem com maior frequência.
Gislene Macêdo, pesquisadora em mobilidade e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), campus Sobral, comenta que foi criada uma "bola de neve" em torno do assunto mobilidade humana, como prefere chamar. "É desumana hoje, mas eu quero acreditar que será humana um dia", comenta.
A especialista destaca que os problemas de mobilidade da Capital são urgentes e a prioridade do esforço é para tentar evitar que essa "bola de neve" atropele a todos. Para isso, destaca que é preciso pensar no que virá daqui há 20, 30, 50 anos. Ela critica a estratégia utilizada pelos governos municipal e estadual e afirma que alargar ruas e construir túneis e viadutos são saídas ultrapassadas e pontuais, que não estão dentro do padrão de planejamento urbano. "São medidas de facilitação do fluido de automóveis e motos, ou seja, veículos automotores individuais", diz...

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Fonte -  Diário do Nordeste 03/03/2013

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