PALESTINA

ENTENDA O QUE FOI A NAKBA, A CATÁSTROFE DO POVO PALESTINO - Link para a matéria da Agência Brasil - https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-11/entenda-o-que-foi-nakba-catastrofe-do-povo-palestino

sábado, 16 de março de 2013

Justiça dá prazo de 72 horas para desocupação do antigo Museu do Índio no Rio

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Uma decisão da Justiça Federal determinou que os índios que ocupam o prédio do antigo Museu do Índio - ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã – desocupem o imóvel em 72 horas, contadas a partir da tarde desta sexta-feira (15). O governo do Rio havia entrado na Justiça com um mandado de imissão de posse do prédio, comprado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Foto - ilustração
O defensor público da União Daniel Macedo ingressou no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) com um recurso de agravo de instrumento, tentando reverter a situação. Macedo teme que, esgotados os meios jurídicos, possa haver resistência dos índios em sair do imóvel. “A minha leitura é que os índios querem resistir. Se isso acontecer, pode haver um banho de sangue ou até ocorrer a morte de um índio, o que certamente vai macular a imagem do país no exterior”, disse o defensor público, que prega uma saída pacífica e dentro da lei.
O líder indígena Afonso Apurinã confirmou o recebimento da ação judicial, mas disse que não assinou o documento, por falta de garantias do governo. “O governador [Sérgio Cabral] não deu nenhuma garantia para nós. Não tem nenhum documento que garanta a nossa segurança. A gente não aceitou. Neste sábado (16) vamos fazer um protesto, às 10h, com uma caminhada da Praça Saens Peña até o Maracanã. O clima está muito difícil. Se não for houver um acordo, a polícia poderá tirar todo mundo, a partir de segunda-feira (18). Se o governador quiser fazer alguma coisa com a gente, que seja documentado: o que ele quer fazer, onde vai ser e quando as obras começarão”, disse.
Apurinã criticou o fato de ter sido veiculada notícia, na última semana, de que o governo aceitaria dividir o espaço do imóvel entre os índios e o planejado Museu Olímpico, o que depois foi negado. “Semana passada eles falaram uma coisa, agora falaram outra. Por isso a gente não confia em ninguém”, ressaltou.
A Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos negou, por meio de sua assessoria, que tenha sido feita proposta de dividir o prédio com os índios. A proposta para os índios saírem do imóvel inclui um pouso provisório, o transporte dos bens, alimentação, aluguel social, criação de um centro de referência dos povos indígenas e de um conselho estadual de direitos indígenas.
O governo do estado ofereceu alocar provisoriamente os índios em 30 quartos de um hotel no centro. Mas o defensor público da União Daniel Macedo vistoriou o hotel e considerou o local indigno. “Não faz parte da cultura indígena ficar preso em um quarto de hotel de meia estrela, comendo quentinha três vezes por dia”.
O imóvel em disputa foi construído no século 19 e abrigou o Serviço de Proteção ao Índio, comandado pelo marechal Cândido Rondon. Depois foi transformado em Museu do Índio e teve entre seus diretores o antropólogo Darcy Ribeiro. Ficou abandonado e foi ocupado por índios de diversas etnias em 2007, que desejam transformar o local em um centro cultural indígena. O governo do Rio cogitou demolir o prédio, como parte das obras de reforma do Maracanã, mas depois mudou de ideia e planeja instalar no local um Museu Olímpico.
Fonte - Agência Brasil 15/03/2013


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