segunda-feira, 25 de março de 2013

Acessibilidade plena é meta ainda distante em Salvador

Acessibilidade plena é meta ainda distante

Raíza Tourinho
Raul Spinassé | Ag. A TARDE

Cerca de metade da frota de Salvador ainda não é adaptada para deficientes
O prazo de dez anos para que a infraestrutura e a frota de veículos de transporte coletivo de Salvador estejam plenamente acessíveis a portadores de necessidades especiais expira no final do ano que vem. Mas para a meta ser cumprida é preciso acelerar o processo de renovação.
O Decreto 5.296/04 (da Presidência da República) estabelece que todos os municípios brasileiros implantem as condições necessárias para a plena acessibilidade no transporte público até dezembro de 2014.
Salvador possui atualmente adaptação em 1.403 ônibus, o equivalente a 58% da frota, de acordo com a Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador).
Precisa acelerar - De acordo com o órgão, este número é bem maior do que em 2007, quando apenas 7,7% possuíam elevadores. Mas só será possível atingir a meta dos 100% se for acelerada a aquisição de novos veículos. Desde 2008, todos os ônibus produzidos no Brasil já saem da fábrica adaptados.
"Se a renovação não for adiantada, pode ser que se chegue ao final de 2014 com 80%, 90% da frota adaptada", estima o diretor administrativo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Marcos Bicalho. Ele entende que, no "ritmo natural", a acessibilidade 100% seria alcançada apenas no final de 2015.
Otimismo no Setps - Embora não explique como pretende atingir a meta, o superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte Público de Salvador (Setps), Horácio Brasil, está otimista em relação ao cumprimento do prazo. "Estamos com uma meta bem acompanhada. Acredito que, até o final de 2014, não tenhamos nenhum ônibus sem elevador".
A requalificação da infraestrutura também está prevista no decreto presidencial. Mas não há indicativos claros de que calçadas e pontos de ônibus estarão completamente acessíveis no prazo.
Em nota, a Transalvador declarou que "todos os novos projetos de implantação de pontos de ônibus e requalificação das estações de transbordo da cidade levam em consideração critérios de acessibilidade". Entretanto, o órgão não especificou se há algum projeto em execução.
Para Horácio Brasil, Salvador tem a desvantagem de ser "naturalmente acidentada". "Nas vias, teremos acessibilidade na medida do possível", diz. Elevadores para cadeirantes, contudo, são apenas parte dos componentes necessários à acessibilidade plena das pessoas com deficiência física.
Reclamações - A vice-presidente da Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef), Silvanete Brandão, diz que a instituição recebe, diariamente, reclamações sobre o transporte público da cidade: "Se a pessoa não tem condições financeiras de bancar o transporte particular, sofre bastante".
A lista de queixas é extensa: calçadas esburacadas, sem rampas e com carros estacionados; pontos de ônibus sem abrigos ou itinerários e inacessíveis; condutores que não param os ônibus ou o fazem longe do ponto; elevadores quebrados, com equipamentos de segurança sujos e mal conservados; rodoviários despreparados para utilizar o equipamento ou lidar com as pessoas com deficiência...
"É um sacrifício. Há vezes em que, para chegar no horário, tenho que subir de joelhos no ônibus comum", afirma o cadeirante Edson Oliveira, que, três vezes por semana, vai de Sussuarana a Ondina para treinar basquete.
"Se a gente não souber os horários, 'mofa' no ponto. E isso quando eles não mudam", relata a cadeirante Itana Dasy, 25 anos. Ela enfrenta dificuldades todos os dias entre São Caetano e o Centro.
Fonte - A Tarde 24/03/2013

2 comentários:

  1. Até me admirei com a quantidade de ônibus já adaptados, vejo como o mais grave no momento é a falta de adaptação das calçadas, como escrito no blog:
    http://ruadegente.blogspot.com.br/2013/02/cidadania.html

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    1. Henrique - Quanto aos ônibus adaptados na verdade trata-se de um paliativo e que muitas vezes nem funcionam,ou os elevadores estão quebrados,com defeito ou até mesmo existe alguma dificuldade na sua operação.Além disso levam muito tempo na operação de embarque e desembarque causando atrasos nas viagens dos ônibus.A solução ideal,para todos os usuários,é a que já foi adotada na Europa a muito tempo e já esta sendo adotada em SP também,que é o uso de ônibus com "piso baixo" dando condições de facilidade a todos os usuários dos veículos.Na Europa além do piso baixo os ônibus contam com o "sistema de ajoelhamento",sistema que permite o veículo nivelar o piso com a "calçada" facilitando de maneira eficaz e segura a acessibilidade nos ônibus.Os VLTs também são equipados com piso baixo.

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