terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Metrô de Recife...modelo operacional compromete o desempenho do sistema

Plataforma da estação Central do Recife se transforma em "formigueiro humano" antes esmo da chegada do trem

Sufoco da manhã se repete à noite
"Avalanche" de usuários toma conta da composição em poucos segundos

Trem dá partida da estação Recife, no Centro da cidade, já abarrotado de passageiros
Na volta para casa, o sufoco enfrentado pelos passageiros no início da manhã se repete à noite, principalmente a partir das 18h, horário do rush. Na estação Recife, a de maior movimentação da rede metroviária, o fluxo é intenso. A plataforma se transforma num verdadeiro formigueiro humano. Pela escada rolante e elevadores, passageiros descem para a plataforma de embarque e vão se aglomerando. A organização da entrada nos vagões é feita pelos próprios passageiros no famoso “se amontoa aí e te vira nos 30”. O trem chega, para e abre as portas. Uma “avalanche” de passageiros toma conta da composição em questão de segundos. Idosos, gestantes e deficientes ficam para trás. Os poucos seguranças presentes apenas observam. O trem dá partida da estação Central com praticamente sua capacidade limite de passageiros. Em Joana Bezerra, mais gente, mais perrengue, somado ao desconforto, o estresse diário e o cansaço adquirido pelo passageiro durante mais um dia de trabalho. Mesmo sendo difícil, é preciso ter muita paciência para encarar a viagem de volta. “O povo fica na porta. É uma dificuldade entrar porque as pessoas ficam na frente da gente. Não vou sentada, aguento, não”, conta a estudante de Serviço Social, Andreza Juliana, 24 anos, que utiliza o metrô nos dois horários de maior movimentação. “Além do estresse, você tem que conviver com o mau-cheiro, calor e a enorme quantidade de pessoas. Tem muita gente para pouco metrô”.
Sem alternativa para chegar à faculdade, a não ser via metrô, a estudante conta como seria se dependesse apenas do ônibus para se dirigir ao campus da Universidade Federal de Pernambuco, onde estuda. “Não sei qual é o pior. Se tiver a alternativa ‘nenhuma das respostas’, eu escolho essa. Nem metrô e nem o ônibus ainda são meios de transporte adequados. Aumenta o valor da passagem, mas o usuário continua com o serviço precário”, critica Andreza.
Porém, há muita gente que não abre mão de utilizar o metrô, mesmo em horários de pico. “Sempre que eu venho à cidade deixo o carro em casa e uso o metrô. Gasto meia hora certinho do Recife à Camaragibe. Se fosse de ônibus, é uma hora e pouca, aproximadamente. Vê a diferença? O problema é quando o ar-condicionado não está funcionando”, explica o aposentado Fernando Carneiro da Silva, de 66 anos.
As constantes falhas no sistema de refrigeração das composições foi bastante citada pelos passageiros nas diversas viagens realizadas pela reportagem do FolhaPE. “Aqui no metrô tem o geladinho e a sauna; você escolhe. Às vezes está quebrado, mas por que não conserta? Se está entrando dinheiro, tem condições de consertar, sim. Não consertam porque não querem”, alega José Ferreira de Araújo, 67 anos.
Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o trem pode operar com até 25% da capacidade do ar-condicionado. A empresa acredita não ser prioritária a retirada de uma composição por conta desta falha. “É difícil tirar um trem de circulação por causa de uma falha no ar-condicionado. É um transtorno grande”, explica o assessor de Manutenção, Adilson Bezerra.
Segundo o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco, a arrecadação da CBTU só consegue custear 35% da operação do metrô do Recife, porcentagem irrisória e deficitária visto a complexidade do sistema. O restante do valor seria repassado pelo Governo Federal. As composições que hoje circulam na capital pernambucana foram fabricadas em meados da década de 80. Todas elas foram modernizadas, com aporte de investimento de R$ 74 milhões. A reforma dos trens foi concluída no dia 27 de dezembro de 2010.



Fonte - FolhaPE 12/02/2013

Nota  Pregopontocom - O Metrô de Recife  possui quatro linhas implantadas nos corredores centro e sul da RMR - (as Linhas Centro e Sul, eletrificadas, com padrão de trem metropolitano e as Linhas Diesel-Sul e Diesel-Oeste, com tração a diesel com características de trem de subúrbio) e opera com  trens compostos de 04 carros cada uma.( Questiona-se o uso já de trens com 06 carros e o aumento do numero das composições para atender a atual demanda ) O Gov. Federal (CBTU/Metrorec) está adquirindo 15 novos trens fabricados pela CAF que entrarão em operação a partir de fevereiro desse ano.

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