quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A ILHA SALVADOR E A PONTE

Mobilidade

O que levara a ponte Salvador/Itaparica para a Ilha,e o que trara para a nossa cidade?...Que vantagens virão com um projeto tão caro e ambicioso?.....

A.Luis

Não existe nada de errado nem de medieval  no sistema Ferryboat,em muitas partes do mundo principalmente na  Europa,e até aqui mesmo no Brasil ele é muito utilizado muito comum e funciona muito bem.A questão não é o sistema em si mais sim a maneira como é administrado como qualquer outra empresa de qualquer outra natureza.O grande problema  foi justamente a maneira  equivocada e as diretrizes utilizadas no contrato quando foi feita a transferência do sistema a anos atrás para a iniciativa privada.Na década de 80 o sistema já funcionava com 8 ferrys,hj quando muito opera com 03 ou 04 barcos,tudo foi DEGRADADO E DELAPIDADO a partir do momento em que a sua administração foi entregue indevidamente a iniciativa privada que colocou a questão dos  lucros muito acima (ninguém aqui e contra uma empresa lucrativa) do que na realidade são os verdadeiros objetivos de qualquer sistema de Transportes Público,como bem diz o nome "Publico" é um serviço Essencial de utilidade Pública e Social,pois dele depende a maioria da  população para os deslocamentos nas suas atividades cotidianas principalmente nesse caso,a população mais carente da região da Ilha de Itaparica e circunvizinhas.Vejo como um grande equivoco (e não estou sozinho,além do mais convenhamos,esse enorme trambolho irá comprometer a bela imagem da Baia de Todos os Santos) achar que a ponte será a solução para todos os problemas da Mobilidade entre a Ilha e o continente,e é preciso acabar com essa idolatria a esse equivocado conceito de americanização" enchendo a cidade de concreto,carros,pontes elevados e viadutos.Na Europa que é um grande e bom exemplo nesse tema ( Mobilidade Urbana ) existe um bom planejamento e um bom sistema de transportes público multimodal com integração física e tarifária em todo ele que é muito bem administrado,organizado,eficiente,rápido e moderno (e la o sistema é  público,não é privatizado inclusive os trens,os TGVs e TAVs) ancorados em sistemas troncais sobre trilhos (Trens,Metrôs e VLTs) e  complementados com trólebus,ônibus,funiculaires (Transportes verticais),carros, bicicletas, viagens a pé e hidrovias.Ocorre que a dita ponte poderá sim agravar mais ainda o caos urbano dentro de Salvador,pois se fosse construída hj estima-se que despejaria aqui dentro da cidade,cerca de 60 mil veículos diários canalizados da BR 101,que usariam a cidade como um corredor para alcançarem o litoral norte,a linha verde,e outros destinos no Nordeste e no sentido inverso também.Existem outras alternativas,a serem previamente estudados e discutidos,como uma via radial em torno da baia de Todos os Santos (respeitando estudos ambientais prévios quanto a sua viabilidade) que atingiria inclusive com mais abrangência e menor custo uma grande parte do Recôncavo baiano ou até mesmo o antigo projeto que já foi cogitado,de  uma 2ª linha de Ferry Boat ligando o porto de São Roque ao porto de Aratú com preferência para os veículos pesados, de carga, que chegariam a Br 324 e a região do CIA  ao polo industrial de Camaçari e em direção ao Nordeste sem passar por dentro de Salvador desafogando o sistema atual S.Joaquim/Bom Despacho.Um sistema de Ferry Boat bem administrado com barcos modernos e eficientes com boa manutenção funcionando com sistema de hora marcada bem organizado e programado além do sistema convencional de espera,em conjunto com as  tradicionais lanchas da travessia Salvador/Mar Grande,funcionaria a contento e inclusive preservaria a "histórica" ilha de Itaparica que pode ser explorada de maneira equilibrada através da implantação do turismo sustentável aproveitando as belezas naturais do local e suas praias,com a criação de museus náuticos e históricos,na sede do município, gerando emprego e renda para os seus habitantes sem expulsa-los dos seus locais de origem para dar lugar a especulação imobiliária e a grandes e milionários empreendimentos nesse setor,além disso não sobrecarregaria o já adensado e comprometido transito de Salvador.A que se "relevar principalmente as  questões de ordem sociais ambientais e econômicas" de interesse da população da Ilha e região.Apenas "ACHAR" que a ponte será uma solução para resolver o ir e vir para Ilha sem que haja uma ampla discussão com a população,principalmente a que será afetada diretamente pelo tal projeto e sem estudar profundamente,conhecer e compreender as consequências que podem ocorrer, gerando graves prejuízos para o futuro das partes envolvidas,Salvador/Itaparica,juntamente com sua população,não é uma atitude louvável inteligente,sensata,recomendável,e além de tudo democrática,não se pode simplesmente abrir a boca ao vento e dizer"eu quero a ponte"....antes tem um PORQUE...antes tem um PORÉM....antes tem o DEPOIS,alem do mais trata-se se um projeto "grandioso" e muito caro para uma cidade,cuja urbanidade e a mobilidade a muito  já estão comprometidas,uma cidade literalmente estrangulada,que sequer tem um sistema de transporte público que funcione em condições minimas e necessária para atender os seus usuários e nem ao menos,até então,uma única linha de Metrô ou e de VLT,além do estado de calamidade em que se encontram atualmente o sistema de transportes verticais (Elevadores e planos inclinados) e O TREM DO SUBÚRBIO.......Salvador é hj uma cidade degradada,estrangulada,emperrada e estagnada, num eterno paciente e incompreensível compasso de espera....ATÉ QUANDO??????????
Pregopontocom - 09/01/2013


7 comentários:

  1. Prezado A. Luís (creio que seja seu nome pelo que constatei em seu blog), percebo que vc possui bagagem técnica no assunto viário de Salvador e adjacências e concordo com alguns aspectos de seu artigo. Contudo, acho bastante equivocada a estimativa de 60 mil carros/dia que usariam Salvador, vindos principalmente da BR-101, apenas como passagem para atingir o litoral norte ou a linha verde. Ainda que a mesma fosse verdadeira, poderia ser resolvida com a construção da linha expressa, já prometida pelo Governador, ligando a BR 324 ao porto de Salvador. Caso contrário nem seria uma rota interessante para estes mesmos veículos, uma vez que enfrentariam horas de engarrafamento dentrio da cidade, até chegarem à estrada do Coco. Em compensação beneficiará milhões de pessoas que precisam se deslocar com maior rapidez e menor perda de combustível entre a cidade de Salvador e todo o interior do Estado, além da própria ilha de Itaparica. Claro que o sistema de ferry-boat poderia operar de maneira mais exitosa se tivesse uma melhor administração, mas os benefícios com a construção da ponte são muito maiores que alguns eventuais malefícios. Grato pela atenção.

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  2. Caro Dilson obrigado pelo seu comentário.A questão é sempre a mesma,o privilégio para o transporte individual,os automóveis,alem disso a especulação imobiliária que já destruiu Salvador agora voltara as suas garras para a Ilha empurrando a população local para distante do seu habitat natural onde ainda sobrevivem das atividades naturais relacionadas a ilha.A pergunta é.... qual o custo social para que alguém que vem de fora de carro possa chegar mais rápido a Salvador e vice versa.Antigamente se ia de Salvador a São Roque de Navio e la se pegava um trem,até Nazaré,tudo isso poderia ter evoluido com o tempo,embarcações mais rápidas e modernas,trens novos e uma ferrovia modernizada e ampliada para outras localidades.Até mesmo as antigas rotas de navios da antiga CNB modernizada poderiam estar operando para algumas localidades da Baia de Todos os Santos No entanto o conceito rodoviarista que aniquilou as nossas ferrovias e de quebra o transporte marítimo numa visão burra e equivocada e até reacionária em virtude do tamanho do território brasileiro continua insistindo nos seus privilégios.Sempre que alguém pensa em alguma solução para a mobilidade urbana ela sempre privilegia 1º lugar os automóveis depois os ônibus e caminhões e para por ai.O oligopólio dos pneus sempre onipresente contribuindo para o aumento do custo Brasil da poluição ambiental e o congestionamento das cidades e sempre retardando o nosso desenvolvimento.Como pode países da Europa muitas vezes menores do que muitos estados brasileiros ter uma malha ferroviária muito maior e muito mais eficiente do que o nossa???Precisamos mudar a nossa cultura com relação a mobilidade em nosso pais e passar definitivamente a privilegiar o transporte público principalmente sobre trilhos e aquaviário.Quanto os 60 mil veículos essa é uma estimativa feita em função da operacionalidade da ponte em relação ao seu alto custo.Grato e continue sempre presente.

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  3. A ponte causará impacto positivo no que concerne a uma maior agilidade no escoamento da produção das cidades circo vizinhas, gerará emprego e renda para o povo da ilha, possibilitará uma ocupação menor em Salvador, tendo em vista a opção de muitos em quererem habitar na ilha de Itaparica. Não vejo a ponte como trambolho, até porque em termos de turismo, esse equipamento beneficiará e muito a Bahia. O deslocamento até as cidades turisticas do sul da Bahia ficará muito mais fácil, rodovias serão recuperadas, outras construidas, algumas duplicadas. Acompanho, a historia de ferry desde criança e, mesmo quando estava sob a adminitração do governo do estado, o serviço não era bom, pois tb faltavam balsas e mesmo quando trabalha com todas, a filas eram imensas. Se houvesse, como foi citado no texto acima, uma maior agilidade nesse sistema, o mesmo despejaria tb uma quantidade enorme de carros em Salvador. Concordo que precisamos ampliar a mesa de discursão sim, mas acredito que a ponte seria uma solução e não um trambolho.

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    1. Anonimo -"Gerara emprego para o povo da ilha....que tipo de emprego??????" não os melhores.Os deslocamentos até as cidades turísticas do Sul da Bahia....que deslocamentos???? de automóveis???? o povo da ilha com certeza será empurrado pela especulação imobiliária (já em andamento) para fora do seu habitat e favelas surgirão em outros locais mais afastados criando bolsões de pobreza.A Ilha não pode ser tratada como uma simples rota de fuga para a população de Salvador("possibilitará uma ocupação menor em Salvador"),pagar pelos seus pecados e nem ser pensada apenas como uma fonte implacável de especulação econômica e imobiliária,mais sim como uma comunidade que lá existe a muitos anos,a qual deve ser destinada uma política de desenvolvimento sustentável voltada para a ilha e principalmente para a sua população.Existem outras opções mais viáveis e mais baratas que se contrapõem a ponte.

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  4. Não sou favorável a esse pensamento de "opções mais baratas", até porque essas que vc apresentou não são mais viáveis. Acho que se existe um projeto arrojado para ser executado, o momento é agora. Tem que se aproveitar a política de crescimento adotada pela Presidente Dilma, que inclui investimento em infra-estrutura do Brasil. Sou favorável a expansão ferrovária do país, gosto dessa tecnologia mas, nem porisso os carros têm que desaparecer, visto que, a melhor opção para resolver esse problema ai é a ponte mesmo - que vc chamou de trambolho, já que Salvador só tem uma sáida. Acho que temos que ter várias opções de transporte.

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  5. As outras opções são perfeitamente viáveis,e não se trata de opções apenas mais baratas,mais sim de opções "racionais" e menos "faraônicas" com custo menores e com mais abrangência na região do recôncavo. Ninguém está aqui apregoando o "extermínio" dos carros,mais sim o seu uso de maneira racional e moderada,quanta as outras opções de transportes... a hidroviária também é uma.....

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  6. Investir no transporte publico, melhoria dos ferry's, ônibus e trens não desvia tanto dinheiro quanto a construção dessa ponte.

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