PALESTINA

ENTENDA O QUE FOI A NAKBA, A CATÁSTROFE DO POVO PALESTINO - Link para a matéria da Agência Brasil - https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-11/entenda-o-que-foi-nakba-catastrofe-do-povo-palestino

sábado, 15 de dezembro de 2012

O MANUAL DO GOLPE DE ESTADO - Por Mauro Santayana

Mauro Santayana 13/12/2012

(HD)- Cúrzio Malaparte escreveu, em 1931, seu livro político mais importante, Técnica del colpo di Stato: envenenamento da opinião pública, organização de quadros, atos de provocação, terrorismo e intimidação, e, por fim, a conquista do poder. Malaparte escreveu sua obra quando os Estados Unidos ainda não haviam aprimorado os seus serviços especiais, como o FBI - fundado sete anos antes - nem criado a CIA, em 1947. De lá para cá, as coisas mudaram, e muito. Já há, no Brasil, elementos para a redação de um atualizado Manual do Golpe.
Quando o golpe parte de quem ocupa o governo, o rito é diferente de quando o golpe se desfecha contra o governo. Nos dois casos, a ação liberticida é sempre justificada como legítima defesa: contra um governo arbitrário (ou corrupto, como é mais freqüente), ou do governo contra os inimigos da pátria. Em nosso caso, e de nossos vizinhos, todos os golpes contra o governo associaram as denúncias de ligações externas (com os países comunistas) às de corrupção interna.
Desde a destituição de Getúlio, em 29 de outubro de 1945, todos os golpes, no Brasil, foram orientados pelos norte-americanos, e contaram com a participação ativa de grandes jornais e emissoras de rádio. A partir da renúncia de Jânio, em 1961, a televisão passou também a ser usada. Para desfechá-los, sempre se valeram das forças armadas.
Foi assim quando Vargas já havia convocado as eleições de 2 de dezembro de 1945 para uma assembléia nacional constituinte e a sua própria sucessão. Vargas, como se sabe, apoiou a candidatura do marechal Dutra, do PSD, contra Eduardo Gomes, da UDN. Mesmo deposto, Vargas foi o maior vitorioso daquele pleito.
Em 1954, eleito pelo povo Vargas venceu-os, ao matar-se. Não obstante isso, uma vez eleito Juscelino, eles voltaram à carga, a fim de lhe impedir a posse. A posição de uma parte ponderável das Forças Armadas, sob o comando do general Lott, liquidou-os com o contragolpe fulminante. Em 1964, contra Jango, foram vitoriosos.
A penetração das ONGs no Norte do Brasil, e a campanha de coleta de assinaturas entre a população dos 7 Grandes - orientada, também, pelo Departamento de Estado, que financiava muitas delas – para que a Amazônia fosse internacionalizada, reacenderam os brios nacionalistas das Forças Armadas. Assim, os norte-americanos decidiram não mais fomentar os golpes de estado cooptando os militares, porque eles passaram a ser inconfiáveis para eles, e não só no Brasil.
Washington optou hoje pelos golpes brancos, com apoio no Parlamento e no Poder Judiciário, como ocorreu em Honduras e no Paraguai. Articula-se a mesma técnica no Brasil. Nesse processo, a crise institucional que fomentam, entre o Supremo e o Congresso, poderá servir a seu objetivo – se os democratas dos Três Poderes se omitirem e os patriotas capitularem.
Fonte - Mauro Santayana  13/12/2012

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Obras no Leblon trazem à tona trilhos de bondes...

Transportes sobre trilhos

Assim como ocorrera com Copacabana, em 1892, a chegada do bonde trouxe progresso e crescimento à região. O pesquisador Rogério Suarez Barbosa Lima, autor de livros sobre o bairro e do site “O Antigo Leblon”

O Globo - RF
foto - ilustração/oriodeantigamente
As obras da Linha 4 do metrô no Leblon trouxeram à tona um pedaço da história do bairro. Esta semana, operários que trabalham no canteiro de obras da Avenida Ataulfo de Paiva encontram, próximo à Praça Antero de Quental, restos dos trilhos que compunham o antigo itinerário dos ferrocarris (bondes) que circularam por ali no início do século XX. Inaugurado em 1914, o meio de transporte chegou ao bairro já movido a eletricidade (os primeiros, que começaram a circular na cidade em 1868, usavam tração animal). Ele fazia a ligação do Leblon com o Centro.
Assim como ocorrera com Copacabana, em 1892, a chegada do bonde trouxe progresso e crescimento à região. O pesquisador Rogério Suarez Barbosa Lima, autor de livros sobre o bairro e do site “O Antigo Leblon” (www.antigoleblon.com.br), recorda que o surgimento dos bondes foi fundamental para o crescimentos de áreas da Zona Sul.
— Havia de um lado linhas que circulavam por Botafogo, Flamengo, Copacabana e Ipanema e, de outro, as que faziam Jardim Botânico, Gávea e Leblon. Elas se encontravam no Canal do Jardim de Alah — recorda-se Rogério Suarez.
Com a chegada do bonde, em 1914, os moradores ganharam mais mobilidade e passaram a ter uma conexão bem maior com toda a cidade. Saindo do Tabuleiro da Baiana, no Largo da Carioca, passando pela Glória, Flamengo, Botafogo e Gávea, os bondes circulavam por vias importantes, como Bartolomeu Mitre, Dias Ferreira e Ataulfo de Paiva, indo até a Visconde de Pirajá, esquina de Henrique Dumont, já em Ipanema.
— Até a década de 10, o bonde que saía do Centro só chegava até a Gávea, na Marquês de São Vicente. A partir dali, os moradores do Leblon tinham que seguir a pé ou, quem tinha dinheiro, pegava uma charrete. Era um bairro de chácaras e, quando surgiram os primeiros loteamentos, começaram a circular as primeiras linhas — explica o historiador Nireu Cavalcanti.

Morador se emociona com descoberta
Nas linhas que circulavam pelo Leblon, os passageiros embarcavam em veículos grandes, de teto arredondado, largos, e considerados ligeiríssimos para a época. O militar aposentado Sebastião Grossi, de 75 anos, ainda se lembra dos passeios pela cidade. Ele ficou emocionado com a descoberta dos trilhos na Avenida Ataulfo de Paiva pelos operários das obras do metrô.
— Moro num prédio em frente à obra, e minha mulher me chamou para ver. Então eu desci e fui conferir pessoalmente. Fiquei muito emocionado, porque me recordei de um tempo bom que não volta mais. Eu, quando jovem, usei muito o bonde para andar pela cidade toda, para trabalhar, ir à praia — disse. — Ainda me lembro dos carnavais, que muitas vezes eram comemorados dentro do bondes.
A Linha 4 do metrô ligará o Jardim Oceânico, na Barra, a Ipanema.
Fonte - Revista Ferroviária  14/12/2012

Aprovação do governo Dilma atinge novo recorde de 78%...

Luciana Cobucci
Brasília - A aprovação do modo de governar da presidente Dilma Rousseff atingiu 78%, representando novo recorde para a mandatária, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), encomendada ao Instituto Ibope. A boa avaliação da presidente no segundo ano do primeiro mandato é superior inclusive ao seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que obteve 62%.
Na última pesquisa CNI/Ibope, a maneira de governar de Dilma havia obtido 77% de aprovação, patamar que se manteve ao longo de todo o ano de 2012. Em contrapartida, o percentual de pessoas que desaprovam o jeito de governar da presidente caiu de 18% para 17%. A maior parte dos entrevistados (62%) considera o governo Dilma ótimo ou bom, mesmo percentual obtido na pesquisa anterior (de setembro deste ano). O percentual também é superior ao obtido por Lula no segundo ano do primeiro mandato (41%). A mesma parcela da população (62%) está otimista em relação ao restante do mandato da presidente.

Dilma Rousseff durante encontro privado com o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin
Apesar de obter melhor avaliação na comparação com seu antecessor, mais da metade dos entrevistados (59%) acredita que o governo Dilma é igual ao de Lula. O percentual subiu em relação à última pesquisa, feita em setembro, quando atingiu 57%. Em contrapartida, a parcela da população que acredita que o governo Dilma é melhor que o de Lula subiu de 18% para 19%.
Percepção 
O percentual da população que considera as notícias recentes mais favoráveis à reputação da presidente caiu de 29% em setembro para 24% na última pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta sexta. Em contrapartida, subiu de 14% para 18% a parcela dos entrevistados que dizem acreditar que o noticiário dos últimos meses foi desfavorável à presidente.
As notícias mais lembradas em relação ao governo Dilma foram o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), lembrado por 23% dos entrevistados. Em seguida, vêm o anúncio da redução do custo de energia (14%), a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira (ambos com 10%), a posse de Joaquim Barbosa como presidente do STF (5%) e as notícias relacionadas à destinação dos recursos obtidos com os royalties do petróleo (4%).
A pesquisa foi feita com 2.002 eleitores em 142 municípios entre 6 e 9 de dezembro deste ano. Segundo o Ibope, o grau de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Fonte -  Jornal do Brasil  14/12/2012

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

VOTAÇÃO NA CÂMARA DE SALVADOR - PROJETOS DE ULTIMA HORA

Foto - cms.ba.gov

Câmara vota projeto de reforma administrativa.Depois de aprovado caráter de urgência votação prossegue no plenário

Foi iniciada na tarde desta quarta-feira (12), durante a Sessão Ordinária a votação do Projeto de Lei nº 292/2012 que trata da reforma administrativa. O PL chegou à Casa Legislativa através da Mensagem nº 23/12 do prefeito João Henrique Carneiro com o projeto de lei que altera a estrutura organizacional da prefeitura de Salvador. A matéria contempla princípios estabelecidos no plano de ação do prefeito eleito ACM Neto.
Apesar de protestos da bancada de oposição liderada pela vereadora Vânia Galvão (PT), a matéria foi colocada em votação em caráter de urgência urgentíssima. Apenas 10 vereadores foram contrários ao início da votação argumentando que não houve tempo suficiente para que fosse estudado o conteúdo da reforma.
Até às 17h36, o projeto continua em votação no Plenário da Câmara, onde todos os 41 vereadores estão presentes. Após votação a nova lei volta ao Executivo para a sanção do prefeito.
Fonte - cms.ba.gov     12/12/2012

Comentário Pregopontocom
Outrtas matérias entre elas a do PDDU,a famigerada prorrogação da concessão do aeroclube até 2056 ?????????!!!!!!!! foram aprovadas sobre protestos da bancada oposicionista Já pela madrugada foram votadas as contas do prefeito 2009 sendo rejeitadas pelo placar de 25x15 com vitória da oposição,o que torna o prefeito JH inelegível por 8 anos.Após a aprovação dessa matéria a bancada governista se retirou quebrando o coro e terminando a seção.Salvador novamente sobre a sombra dos obscuros interesses da politicagem e provavelmente novas ações do MPBa,com apoio da bancada oposicionista da CMS,movimentos sociais e a sociedade civil derrubarão os tenebrosos atos praticados contra a cidade e a sua população.Pelo menos da tenebrosa "figura" ficaremos livres por 8 anos.E para completar a presença de sempre,do eterno "grupo da merreca" para aplaudir e apoiar o circo. 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

VLT de Sobral no CE já está com 95% das obras concluídas

 Diário do Nordeste 12/12/2012
Cerca de 95% das obras do metrô deste município já estão prontas. Porém, permanece sem data de inauguração. Na modalidade de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o transporte de passageiros estava previsto de ser inaugurado no dia17 de janeiro, juntamente com o Hospital Regional Norte (HRN).
Foto - Ilustração
No entanto, a Assessoria de Imprensa da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), responsável pelo equipamento, afirma não haver previsão.
Com data inicial para dia 29 de setembro, juntamente com o Hospital Regional Norte (HRN) e show da cantora Ivete Sangalo, foi adiada indefinidamente pelo governador Cid Gomes. Isto devido à proximidade ao pleito eleitoral de outubro. Na ocasião, o governador declarou em entrevista que a inauguração deveria ser após as eleições, pois a população merecia ter uma grande festa sem complicações com a Justiça Eleitoral.
A obra já se encontra na etapa final. A maioria das estações e trechos foi finalizada. Em alguns pontos, falta apenas o serviço de acabamento.
Com o início das obras em março do ano passado, o prazo de entrega previsto era de 18 meses, na data de 3 de setembro passado. Este foi o primeiro adiamento. Agora, sem data prevista, já entra no terceiro mês de atraso no cronograma.
Na última sexta-feira, o governador Cid Gomes esteve na cidade com o governador do Piauí, Wilson Martins, para visitar as instalações do VLT de Sobral. Na ocasião, Cid explicou o funcionamento do equipamento e a sua funcionalidade, para a melhoria da mobilidade urbana nas cidades de médio porte.
"Muitos trabalhadores têm quase uma terceira jornada de trabalho, entre sair de casa para o emprego, e depois do trabalho para casa. É importante oferecer um transporte coletivo feito de forma rápida. O VLT é uma grande alternativa, principalmente nas médias cidades", destacou ele, durante a visita técnica.
Os dois governadores também foram até o Hospital Regional Norte e Escola de Ensino Profissional Lysia Pimentel.
Transtornos
Os moradores da Avenida John Sanford, onde a linha do VLT passa ao lado da calçada, são os que se sentem mais prejudicados com a obra. A via chegou a ser interditada no dia 18 de julho deste ano, causando transtornos e prejuízos aos comerciantes. A suspensão do tráfego foi por conta da instalação dos trilhos da Linha Norte. Na última segunda-feira, o professor Francisco de Assis Fontenele faleceu em um acidente na John Sanford. Segundo as testemunhas, ele trafegava por cima dos trilhos quando perdeu o controle da moto e derrapou. Ao cair diante do caminhão da coleta de lixo, foi atropelado, vindo a falecer no local. O motorista do caminhão fugiu sem prestar socorro e sem ser identificado. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
Na manhã de ontem, um motociclista não identificado derrapou no mesmo trecho, porém não teve ferimentos graves. Segundo a universitária Camila Marques, acidentes naquele trecho são constantes. "Uso muito a Topic de volta para casa, e passo diariamente pela avenida. Mais de uma vez, motos colidiram com carros. Até mesmo um motociclista veio na contramão, batendo na Topic onde eu estava. Todos sempre saem muito rápido se o acidente não tiver sido grave", aponta.
Outro ponto que os pedestres reclamam é o trecho entre as estações Boulevard do Arco e Coração de Jesus. Não há faixas para travessia de pedestres. Segundo a dona de casa, Júlia Lopes, muitos alunos de escolas próximas fazem o trecho a pé, se arriscando quando precisam atravessar a Rua Ildefonso de Holanda Cavalcante. "Antes, paravam na ciclovia para atravessar. Agora, saem correndo de um lado pro outro", aponta.
Quando inaugurado, o Metrô de Sobral terá fase de adaptação dos passageiros. Serão quatro carros circulando pela cidade. A Assessoria de Imprensa informa que, sobre a sinalização, as ruas e vias estão recebendo novos sinais e cancelas para adequação do trânsito. O sistema de VLT terá dois ramais que irão passar pelas principais concentrações populacionais da cidade.
Um dos ramais já existe e possui 6,4 quilômetros de extensão. Este trecho irá compartilhar a linha de cargas e que, hoje, é administrada pela Transnordestina Logística. O segundo ramal ligará a Grendene ao Cohab III, com 5,7km, atendendo o bairro mais populoso de Sobral, Dr. José Euclides.
Fonte - Revista Ferroviária  12/12/2012

Dilma anuncia TAV em Paris

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Dilma Rousseff discursa durante 81ª Assembleia Geral da UIC

A presidente Dilma Rousseff anunciou na manhã desta quarta-feira (12/12) que o edital da primeira fase do projeto do TAV brasileiro será publicado nesta quinta-feira (13/12). O anúncio foi feito durante na abertura da 81ª Assembleia Geral da UIC, em Paris. Em seu discurso, a presidente justificou a ausência do dirigente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, que ficou no Brasil cuidando do lançamento do edital.
Durante o evento, Guilherme Quintella, Chairman da UIC (International Union of Railways) na America Latina, fez um discurso parafraseando o ex-presidente Washington Luís, dizendo que “governar é abrir caminhos”. A UIC está completando 90 anos de existência.
A abertura da assembleia da UIC contou com a participação dos ministros da Fazenda, Guido Mantega; das Relações Exteriores, Antonio Patriota; da Defesa, Celso Amorim; do presidente do BNDES, Luciano Coutinho; da presidente da Petrobras, Graça Foster; do presidente da RZD, Vladimir Yakunin, próximo presidente da UIC; membros da UIC e representantes do setor ferroviário mundial.
A primeira etapa do projeto do TAV prevê a contratação do consórcio que será responsável pela operação e pela tecnologia da linha de alta velocidade que ligará Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas.

Fonte - Revista Ferroviária  12/12/2012

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Lei de licitações do país poderá ficar mais rigorosa

Folha de S. Paulo 10/12/2012
Depois de meses de debates que envolveram a participação de 8.500 internautas por meio do portal e-Democracia, do Congresso Nacional, deve chegar nesta semana à Comissão de Constituição e Justiça um amplo e polêmico projeto de reforma da lei das licitações.
Quase 20 anos depois de sua aprovação, no auge da CPI do Orçamento, quando escândalos envolvendo empreiteiras pipocavam no país, a lei 8.666/93 não só não reduziu a corrupção como é vista como uma das principais amarras que impedem o setor público de ser mais ágil e mais eficiente.
Pelo texto a ser apresentado pelo deputado Fabio Trad (PMDB-MS), empresas ou indivíduos que fizerem doações de campanha não poderão participar de licitações na esfera de administração do político ou partido eleito.
Entre outras medidas, o projeto também acaba com a brecha das OS (Organizações Sociais) e das Oscip (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público) ao exigir que sejam submetidas ao processo licitatório para firmar contratos de gestão com a administração pública.
Exceção E Regra
Sob a justificativa de dar mais celeridade a obras essenciais, o Executivo passou por cima da lei 8.666 ao aprovar, no ano passado, o chamado RDC (Regime Diferenciado de Contratação).
Incluído de última hora em um projeto de lei de conversão de medida provisória, o RDC nasceu para acelerar obras de portos e aeroportos da Copa do Mundo de 2014.
Foi modificado posteriormente para incluir também obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e, mais recentemente, obras do sistema público de ensino. Há duas semanas, o Congresso aprovou mais uma ampliação do RDC, para abarcar obras da pasta da Saúde.
"O RDC era para ser exceção", diz o deputado Trad. "Para evitar que vire regra, estamos mudando a lei."
O projeto de lei incorpora melhorias introduzidas pelo RDC, como a inversão de fases --a qual permite que as empresas deixem para apresentar certidões e documentos de habilitação só depois de terem suas propostas técnica ou de preço aprovadas.
Mas o texto rejeita a "contratação integrada", prevista no RDC, que é um regime de execução de obras que libera o setor público de apresentar o projeto básico da obra.
Sem o projeto básico, dizem os críticos, é mais difícil calcular o preço final da obra e também fiscalizá-la.
"A contratação integrada é a institucionalização do direcionamento da licitação", afirma o advogado Augusto Neves Dal Pozzo, vice-presidente do Ibeji (Instituto Brasileiro de Estudos Jurídicos da Infraestrutura).
Durante dois meses, especialistas do Ibeji, instituto ligado à faculdade de direito da PUC-SP, ajudaram na elaboração do texto do projeto.
Foram analisadas as mais de 50 propostas de alteração da lei apresentadas nos últimos 19 anos no Congresso e também quase 5.000 proposições via e-Democracia e audiência pública. O tema foi o terceiro mais popular no portal no último ano: só ficou atrás do Marco Civil da internet e do novo Código de Processo Civil.
Para Trad, o grande desafio foi conciliar o maior rigor contra desvios com a necessidade de agilizar os processos. "Para cada dispositivo que acelera a gestão, é preciso contrapor outro que dê segurança jurídica e iniba desvios de finalidade."
Fonte - Revista Ferroviária  10/12/2012

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Transporte público na Suíça enfrenta desafios‏


A Companhia Suíça de Trens não apenas opera a mais densa rede de tráfego do mundo, mas também coordena trens com outros fins que apenas o de transporte pessoal. O resultado é que a popularidade do sistema faz com que ele chegue aos seus limites.
O governo tem promovido o uso do transporte público, e com amplo apoio popular. Como resultado, mais de dois milhões de pessoas - um quarto da população - detém um passe-livre que dá direito a 50% de redução nas viagens. O slogan da empresa "Os que têm cérebro pegam o trem" não se tornou apenas popular no país, mas muitos também seguiram essa dica.
Em 2010 cada habitante do país viajou o equivalente a 2.873 quilômetros em transportes públicos, um aumento de quarenta por cento desde a virada do século. O número médio de viagens anuais subiu em 30 por cento, atingindo a marca de 225 por pessoa, de acordo com a Associação do Transporte Público.
Porém manter esse eficaz sistema custa fortunas aos cofres públicos. O Parlamento aprovou subvenções da ordem de 9,5 bilhões de francos (US$ 10,2 bilhões) para a manutenção da rede nos próximos quatro anos. Em média, no ano de 2010, os suíços gastam dez por cento do seu orçamento familiar em mobilidade, como demonstrou uma pesquisa oficial.
O número de passageiros deve aumentar ainda mais. O governo prevê um crescimento de 60% no tráfego de passageiros e 70% no transporte de mercadorias até 2030. De acordo com a ministra suíça dos Transportes, Doris Leuthard, a expansão da infraestrutura será um dos principais desafios enfrentados pelo país nos próximos quarenta anos.
"Teremos de encontrar soluções para a nossa crescente mobilidade", declarou Leuthard aos participantes de um encontro recente sobre infraestrutura. "Não apenas temos de questionar se estamos dando os incentivos corretos, investindo nas áreas certas, mas nossas políticas precisam ser aceitas pelos políticos e o povo", afirmou a ministra.
Para lidar com as limitações de capacidade e expansões de rede, a Suíça construirá novas linhas, desvios e túneis. O governo também está trabalhando em melhoras na utilização das redes, trazendo de volta às estradas uma parte do tráfego e desenvolvendo novos esquemas de tarifação. Todos esses elementos serão necessários, junto com novas ideias e modelos, declarou Leuthard.
Uma solução simples para nivelar os picos de tráfego nas horas de rush - proposta pelos iniciadores do projeto Mobilidade Urbana Futura - é, por exemplo, promover o trabalho à distância um dia por semana, uma proposta que poderia diminuir as taxas de uso a níveis semelhantes aos dos dias mais tranquilos no verão.
Incentivos incorretos
Mas a implementação muitas vezes não é tão simples. A Companhia Suíça de Trens financia uma pesquisa realizada na Universidade de St. Gallen para estudar as mudanças nos hábitos do consumidor. Dentre outros, os especialistas estão investigando como as políticas de tarifas podem ser utilizadas para influenciar no fluxo de clientes, explica o chefe do projeto, Christian Laesser.
"Já faz anos que a mobilidade está sendo promovida através de falsos incentivos. Agora o sistema se tornou inviável e nos deslocamos com demasiada frequência e longe demais", diz Laesser, acrescentando que "hoje não é mais uma questão saber se as pessoas que se deslocam terão de contribuir mais para cobrir os custos, mas sim como elas podem contribuir mais e com que sistema."
Mas qualquer mudança nos padrões de mobilidade também afeta a vida das pessoas, pois a política de transportes está ligada historicamente às políticas social e ambiental, como alerta Laesser. Como resultado, modificar uma parte do sistema pode causar um efeito cascata, afetando os preços no mercado imobiliários e disponibilidades de trabalho, como explica Laesser.
De acordo com ele, no entanto, entende-se que os custos de mobilidade devem se tornar mais transparentes e, um pouco mais, mas não inteiramente, causais. Hoje em dia, aproximadamente metade das tarifas é subsidiada pelos cofres públicos.
Os investimentos em infraestrutura são financiados através da cobrança de serviços e impostos como taxas sobre valor agregado, a taxa aplicada a veículos pesados ou empréstimos do Tesouro. Projetos de longo termo de alto custo, como novos túneis nas rotas alpinas de trânsito, conexões à rede europeia de alta velocidade e redução de ruídos, deverão custar aproximadamente 30 bilhões de francos (US$ 32,6 bilhões).
Ato de equilíbrio
"É um ato de equilíbrio: você não quer terminar com estruturas que não sejam financiáveis no futuro", retruca Markus Giger, responsável pelo tráfego ferroviário no Departamento Federal de Transportes. "Todo investimento inicial tem custos consequentes e qualquer expansão de rede será mais custosa para operar e manter."
E é precisamente essa rede ramificada junto com um horário regular de intervalos, preços acessíveis de bilhetes ferroviários e a existência de um bilhete único que permite a viagem com diferentes operadoras, que torna o sistema tão popular, explica Andreas Theiler, do grupo lobista Pro Bahn Schweiz.
"Para resumir: nosso grupo, cuja função é de criticar a qualidade do transporte público na Suíça, atualmente está quase supérfluo", diz Theiler. "Estamos reclamando em alto nível."
As principais objeções são a redução de serviços, o fechamento das linhas de trens não rentáveis e aumento de tarifas. Neste ano, elas devem sofrer um aumento médio de 5,6%. O preço de um passe-livre em primeira classe deve aumentar em 8,4%, passando a custar 5.800 francos suíços.
A "Pro Bahn" compreende as preocupações dos passageiros pendulares, mas ao mesmo tempo ressalta que esses cartões anuais, que não cobrem os custos provocados pelos usuários, canibalizam as tarifas comuns. O cartão de meia-passagem custa dez vezes menos do que deveria, acredita Theiler.
Pouca aceitação
De qualquer forma, os aumentos propostos nas tarifas são apenas uma amostra do que está por vir. Após anos de promoção do uso desse meio de transporte ecológico, hoje existem cada vez mais defensores do principio de custos e causa.
"Os consumidores serão obrigados pagar preços mais elevados no futuro", afirma Giger. Apesar de todas as discussões sobre mudanças nos sistemas de pagamento terem sido polêmicas no passado, os especialistas consideram que o sistema de passe-livre nos trens estão com seus dias contados, pelo menos no formato atual.
"Olhe o lado positivo: se não existem mais esses passe-livres, o uso geral deve cair", calcula Theiler. "Nesse cenário, pelo menos não seria mais necessário se preocupar com a sobrecarga dos serviços."
Swissinfo - Chantal Britt – 09/12/2012

Fonte - São Paulo Trem Jeito via e-mail   09/12/2012