PALESTINA

ENTENDA O QUE FOI A NAKBA, A CATÁSTROFE DO POVO PALESTINO - Link para a matéria da Agência Brasil - https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-11/entenda-o-que-foi-nakba-catastrofe-do-povo-palestino

sábado, 6 de outubro de 2012

ELEIÇÕES MUNICIPAIS EM SALVADOR - Ilha de Maré: pescadores impedem entrada de urna eletrônica

Eleições

A manifestação faz parte da campanha contra as promessas eleitorais não cumpridas e deve durar cerca de duas horas.

A Tarde
Foto - Ilustração
No início da tarde deste sábado, 6, pescadores da comunidade quilombola de Bananeiras, na Ilha de Maré, impedem a entrada de uma urna eletrônica para as eleições. A manifestação faz parte da campanha contra as promessas eleitorais não cumpridas e deve durar cerca de duas horas.
"A intenção é mostrar que somos contra esse modelo de eleições. Os candidatos apenas querem o nosso voto, mas somos excluídos de políticas públicas essenciais. A urna é o menos importante",do protesto.
O manifestantes seguram faixas com dizeres como "Ilha de Maré também é Salvador". A ação que deve continuar neste domingo, 7, quando os manifestantes tentarão convencer os eleitores a votarem nulo.
Fonte - A Tarde  06/10/2012

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

ARACAJU E A MOBILIDADE URBANA

A cidade de Aracaju dispõe atualmente de uma  malha cicloviária de 100 Km, uma das maiores do Brasil.Além disso entre os projetos já prontos para a melhoria e a modernização da Mobilidade Urbana na cidade estão previstos a implantação  de corredores de ônibus e uma linha de VLT. A exemplo de Salvador Aracaju também enfrenta problemas pára realizar a  licitação do transportes público pois a mesma foi barrada através de liminar na justiça pelas empresas de ônibus local,o que impede a execução do projeto dos corredores de ônibus.

“Deixamos grande legado na Mobilidade Urbana de Aracaju

Prestes a encerrar o mandato de prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira traçou um panorama do que foi feito em mobilidade urbana durante a sua gestão.

Por: Wilma Anjos – JornaldaCidade.Net

Antes de encerrar o mandato, em janeiro de 2013, Edvaldo Nogueira falou com a reportagem do JornaldaCidade.Net sobre um assunto delicado e que é a maior pedra no sapato dos aracajuanos: a mobilidade urbana. Questionado sobre o seu legado no setor, o gestor municipal declarou que uma infinidade de ações e obras foram feitas em seis anos de mandato, sempre em busca da fluidez no trânsito de Aracaju. Entre elas, Nogueira cita os 100 quilômetros de ciclovia que deixa de herança para os próximos governos. Para ele, é uma situação que Aracaju vive à frente do tempo. Sobre a renovação de frota do transporte de ônibus coletivo, ele diz que cumpriu o seu papel, e hoje Aracaju conta com 88% de ônibus novos. Quanto ao reajuste zero na tarifa de ônibus de 2012, Nogueira sugeriu que esta questão agora fica para quem assumir o próximo mandato, que sua parte ele já fez – congelou a tarifa de 2012, baseado, segundo o administrador, em estudos sérios. Confira conversa na íntegra:  Jornal da Cidade.Net 
Fonte - Jornal da Cidade.Net 22/09/2012



O BRASIL E O PROTECIONISMO - Mauro Santayana

 Mauro Santayana  04/10/12


A Presidente Dilma Roussef voltou a enfrentar ontem o protecionismo dos países desenvolvidos, durante o encontro da ASPA, cúpula América do Sul- Países Árabes, em Lima, no Peru.
Na segunda feira, o Brasil sofreu um ataque frontal e coordenado, da Europa, Japão, Estados Unidos e Austrália na OMC – Organização Mundial do Comércio, que reclamaram da redução do IPI só para empresas que fabriquem aqui, e da exigência de conteúdo local de 60% na implantação da plataforma 4G na telefonia celular.
O Japão é um ferrenho protecionista e os EUA perderam para o Brasil na OMC, nos subsídios aos seus plantadores de algodão e na imposição de tarifas contra as exportações brasileiras de suco de laranja.
Com a Europa ocorreu o mesmo, nos subsídios da UE à produção de açúcar, e em sua imposição de taxas sobre a importação de frangos do Brasil.
Na América Latina, a campanha contra o “protecionismo” brasileiro, tem sido movida pelo México, país a que o Brasil fixou o limite de cotas, há alguns meses, para a venda de automóveis ao Brasil.
A imprensa mexicana divulga que o Brasil assim decidiu porque a sua indústria automobilística seria mais moderna e competitiva do que a brasileira – o que não é verdade.
O México, com conteúdo “local” médio de apenas 35% em seus carros, apenas monta – devido aos seus baixos salários – peças de automóveis fabricadas em terceiros países, que o estavam usando para entrar com seus carros, sem pagar imposto, no Brasil.
E mesmo assim, só o faz – como ocorre com tudo o que “maquia” - porque conta com os EUA logo ali, do outro lado da fronteira, como destino para 90% de “suas” exportações.
Infelizmente para nossos irmãos mexicanos, por causa de sua dependência ao mercado dos EUA, do turismo dos Estados Unidos, e das remessas de dólares de seus emigrantes, o México se transforma, cada vez mais, em extensão do espaço econômico norte-americano.
Com o Brasil, a situação é totalmente diferente. Vendemos, em parte mais ou menos iguais, de cerca de 20%, para a China, Estados Unidos, América do Sul, Europa e o resto do mundo. E somos o principal produtor ou exportador mundial de uma dúzia de commodities de primeira necessidade, e de produtos de alto conteúdo tecnológico, como aviões.
Aqui, o conteúdo local em automóveis é de 65%, na média, e o governo trabalha para que chegue a 70% até 2017. A nossa indústria automobilística não produz carros sofisticados. Produzimos carros preferencialmente para o nosso povo. Não visamos principalmente o mercado externo, como é o caso do México. Lá, como são montados carros top de linha, só uma minoria de cidadãos consegue comprar um carro zero feito em seu país.
Que os governos dessas nações posem de lobos vestidos de cordeiro, para distrair os seus povos da crise, é assunto deles. O que não se pode admitir é que brasileiros – como está ocorrendo com muitos – se deixem enganar e caíam nessa esparrela que estão querendo armar para o país.
Fonte -  Do Blog de Mauro Santayana  04/10/2012

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

TAV brasileiro deve ficar pronto em 2020

Terra 04/10/2012 -
Quatro anos após o fim da Olimpíada de 2016, o Brasil deverá ter seu primeiro sistema de Trem de Alta Velocidade (TAV) em pleno funcionamento. É o que prevê a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), vinculada ao Ministério dos Transportes. Com um custo estimado de R$ 34,6 bilhões, o TAV deverá ter a abertura do leilão licitatório e a assinatura do contrato do projeto devendo ocorrer nos dias 29 de maio e 7 de novembro de 2013, segundo a assessoria da ANTT. Com ligação entre as cidades de Campinas (SP) e Rio de Janeiro, a primeira linha do super trem brasileiro pode ter características inspiradas em projetos considerados referências no uso da tecnologia, como o TGV francês, podendo operar a até 350 km/h ao longo dos cerca de 510 quilômetros de distância entre as duas cidades.
Foto ilustração
A assessoria de comunicação da ANTT afirma que o início das obras da chamada superestrutura da linha do TAV Rio de Janeiro - Campinas deve ocorrer em 2016, com um prazo máximo de finalização de cinco anos e uma concessão de 40 anos. A linha deve oferecer três opções de serviços: expresso, sem escalas entre Rio de Janeiro e São Paulo; regional de longas distâncias, com seis paradas entre Campinas e Rio de Janeiro; e regional de curta distância, com duas paradas entre Campinas e São José dos Campos. As obras serão divididas em três etapas, abrangendo desde a manutenção do TAV até a infraestrutura ferroviária para a instalação completa do sistema.

Conheça modelos de outros países
Em relação aos modelos de trem de alta velocidade existentes em outros países, o professor de engenharia de transportes da UFRJ Hostilio Ratton afirma que existem três tipos principais: o trem elétrico, o de suspensão pendular e o de levitação magnética. Enquanto o primeiro, conhecido como trem-bala e usado em países como França, Espanha, China e Japão - o primeiro a funcionar, na década de 1960 - conta com grande precisão geométrica e pode chegar a quase 600 km/h, o segundo, também chamado de trem-flecha, opera por um sistema diferente, de suspensão dinâmica. "Ele pode trafegar em vias de características geométricas mais modestas, eventualmente até já existentes, por onde também podem trafegar trens de menor velocidade. Os exemplos dessa tecnologia são o Pendolino italiano e o Acela, dos Estados Unidos, também já em operação comercial, que podem chegar a perto de 300 km/h", ressalta Ratton.
Diferente dos outros dois sistemas, o trem de levitação magnética não anda sobre trilhos, mas sim flutua em baixas altitudes, e ainda está em fase de experimentação, especialmente na Alemanha, China e Japão, onde chegaram a velocidades próximas dos 500 km/h. "O motor é dividido entre o veículo e a via, fazendo o trem se movimentar em função da alternância de pólos magnéticos. O pólo da via embaixo do veículo é igual ao do veículo, o que faz com que ele flutue, enquanto o pólo à frente é diferente, atraindo e deslocando o trem", explica o professor de engenharia de transportes.
Segundo Ratton, os trens de alta velocidade são mais adequados para viagens de distâncias médias, entre 200 e no máximo mil quilômetros e o TAV brasileiro deve ser planejado dentro desta expectativa, com a grande possibilidade da adoção da mesma tecnologia utilizada no TGV francês. "O modelo institucional pensado para a implantação do trem de alta velocidade no Brasil é abrangente quanto à questão tecnológica. O edital para a licitação, na sua versão corrente, deixa a opção tecnológica em aberto. Até onde possa ser percebido, os sistemas implantados ou em implantação estão pendendo mais para os trens como o TGV. A China está construindo 15 mil quilômetros de linhas para esse tipo", observa.
Fonte -  Revista Ferroviária    04/10/2012

VLT Cuiabá recebe licença ambiental

 O Documento 03/10/2012 -

O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) aprovou por maioria dos votos, em reunião extraordinária nesta quarta-feira (03.10), na Ordem dos Advogados do Brasil seccional Mato Grosso, a emissão da Licença Prévia (LP) para as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A aprovação ocorreu após avaliação do parecer técnico da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), que apresentou, em três audiências públicas, o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) à sociedade.
Conforme o parecer técnico, os levantamentos e análises ambientais desenvolvidas para a implantação do VLT, e apresentados por meio do EIA/Rima, resultou num projeto ambientalmente viável, com um modal que causará impactos mínimos ao meio físico, biótico e socioeconômico, em especial na fase de operação, trazendo uma melhoria significativa na qualidade de vida da população urbana de Cuiabá e Várzea Grande.
O técnico da Suimis, Valmi Simão de Lima, explicou que os maiores impactos no caso do VLT vão ocorrer durante o período de construção e, em razão disso, o parecer técnico aponta medidas que devem ser adotadas para minimizar esses impactos. “Os programas e medidas ambientais propostos vão minimizar os impactos causados pela implantação do empreendimento, por meio da prevenção, mitigação e/ou compensação, de maneira que a médio e longo prazos, os impactos globais sobre os componentes sociais e ambientais poderão ser reduzidos”.
Como exemplo, o técnico citou a destinação dos resíduos da construção civil, os ruídos e as desapropriações, além é claro da necessidade de um amplo programa de comunicação social a fim de informar a população todas as questões relativas às obras. No caso dos ruídos e vibrações, por exemplo, haverá um monitoramento “on line”, 24 horas por dia em razão das áreas residenciais e de localização de monumentos como a Igreja do Rosário/Capela de São Benedito.
“Nesse caso, se detectado algum problema, todas as medidas serão tomadas no sentido de preservar essas áreas”, salientou Lima.
Entre as recomendações elencadas no parecer para o prosseguimento do processo de licenciamento estão a adoção de um amplo programa de educação ambiental e de comunicação social, incremento de programas sociais e estudos relativos ao sistema de integração ônibus-VLT e tarifas. A secretária-adjunta de Qualidade Ambiental, Mauren Lazzaretti, presidiu a reunião extraordinária, e destacou “o extenso trabalho da Sema e da Secopa [Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo Fifa 2014] no sentido de debater junto a sociedade todos os aspectos envolvidos na obra”.
O processo de licenciamento ambiental prossegue agora com as Licenças de Instalação e de Operação.
Fonte - Revista Ferroviária 03/10/2012

Futebol do Brasil,quando não falta gás...falta luz

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 A PROPÓSITO UM COMENTÁRIO ATRASADO  não que tenha sido por esquecimento, mais por absoluta e total falta de tempo.Não raro não é nosso costume dedicar esse espaço a comentários alusivos a eventos esportivos a não ser quando de alta relevância a expl. do que foram as olimpíadas de Londres,mas...... antes tarde do que nunca.Com relação ao jogo de ontem da "seleção" brasileira,até parece que  Deus, tão cobrado por ser dito brasileiro,resolveu dar mostras da sua transitória nacionalidade e dar uma mãozinha  livrado-nos de assistir mais uma xanxada futebolistica digna de um circozinho mambembe de 5ª que perambula pelas periferias de cidades esquecidas a cata de uns poucos desavisados espectadores para a sua sobrevivência e jogou água no espetáculo.De nada adiantou o choro da trupe ávida por traduzir em risos as suas peripércias no eventual picadeiro.Para completar a comédia a intrépida Vénus desesperadamente ficou a ver navios,ou olhando para as trevas,enchendo linguiça e amargando os eventuais caramiguás perdidos dos seus apreensivos pai trocinadores....e de nada adiantou o trololo,o embromation pois o brilho não mais retornou para iluminar a sua aura.Pois é,de vez em quando o homem la em cima também perde um pouco a paciência,e ontem não se fez de rogado,... meteu o dedão no disjuntor.
Pregopontocom

terça-feira, 2 de outubro de 2012

“Na verdade, o povo não tem poder algum”

Entrevistas

Para o jurista Fábio Konder Comparato, imprensa alternativa pode contribuir para forjar uma mentalidade democrática entre a população, acostumada com séculos de submissão.O jurista acredita que o Brasil ainda está longe de ser um Estado verdadeiramente democrático. De acordo com ele, os brasileiros ainda têm a mentalidade e os costumes marcados por séculos de escravidão e precisam se desvencilhar da submissão e passividade.

Aline Scarso - Brasil de Fato
O jurista Fábio Konder Comparato
Foto: Sérgio Lima/Folha Imagem 
Reconhecido pela defesa das causas de movimentos sociais, como o MST, e crítico ferrenho da última ditadura civil- militar (1964-1984), o jurista Fábio Konder Comparato acredita que o Brasil ainda está longe de ser um Estado verdadeiramente democrático. De acordo com ele, os brasileiros ainda têm a mentalidade e os costumes marcados por séculos de escravidão e precisam se desvencilhar da submissão e passividade. Para tanto, segundo o jurista, é preciso ampliar a educação cívica e política e aproveitar ao máximo a imprensa alternativa para denunciar essa opressão. Confira a entrevista exclusiva concedida ao jornal Brasil de Fato.

Brasil de Fato – Professor, no próximo ano a Constituição Federal completa 25 anos. Na sua avaliação o Brasil conseguiu alcançar um patamar de país democrático, que respeita os direitos sociais e as liberdades individuais, ou ainda há muita diferença entre o que está estabelecido na lei e o que está posto na prática?

Fábio Konder Comparato – Exatamente aquilo que acaba de dizer por último. Essa diferença entre o que está na lei e o que existe na prática não é de hoje, é de sempre. E o que caracteriza a vida política brasileira é a duplicidade, com a existência de dois ordenamentos jurídicos: a organização oficial e a organização real. E também no sentido figurado há duplicidade, ou seja, o verdadeiro poder é dissimulado, é oculto. Nós encontramos na Constituição a declaração fundamental no artigo 1º, parágrafo único de que todo poder emana do povo que o exerce diretamente por intermédio de representantes eleitos. Mas na verdade, o povo não tem poder algum. Ele faz parte de um conjunto teatral, não faz parte propriamente do elenco, mas está em torno do elenco. Toda a nossa vida política é decidida nos bastidores e para vencer isso não basta mudar as instituições políticas, é preciso mudar a mentalidade coletiva e os costumes sociais. E a nossa mentalidade coletiva não é democrática. O povo de modo geral não acredita na democracia, não sabe nem o que é isso. Não sabe que é um regime político em que ele tem o poder em última instância e que ele deve decidir as questões fundamentais para o futuro do país. Não sabe que ele deve não somente eleger os seus representantes, mas também poder de destituí-los. O povo não sabe que ele deve ter meios de fiscalização contínua dos órgãos do poder, não apenas do Executivo e Legislativo, mas também do Judiciário, que se verificou estar corrompido até a medula, com raras e honrosas exceções.

E por que essa mentalidade?
Ora, essa mentalidade coletiva é fruto de quase quatro séculos de escravidão. Quando Tomé de Souza desembarcou no Brasil em 1549 trouxe o seu famoso regulamento de governo, no qual tudo estava previsto, mas só faltava uma coisa, a constituição de um povo. Havia funcionários da metrópole, havia um contingente de indígenas, havia o começo da escravidão, mas não havia povo. E nós não chegamos a constituir esse povo ao longo da nossa história porque o poder sempre foi oligárquico, ou seja, de uma minoria de grandes proprietários e empresários com apoio do contingente militar e da Igreja Católica. Assim nós chegamos ao século 21 numa situação de duplicidade completa. Todos acham que nós vivemos numa democracia e república, mas nós nunca vivemos de modo republicano e democrático. O primeiro historiador do Brasil, Frei Vicente do Salvador, apresentou uma declaração que até hoje permanece intocável, dizendo que nenhum homem dessa terra é repúblico, nem zela e trata do bem comum, se não cada um do bem particular. Não existe a possibilidade de democracia sem que haja uma comunidade em que o bem público esteja acima dos interesses particulares. E o chamado povão, as classes mais populares e humildes já trazem de séculos essa mentalidade de submissão, de passividade. Procuram resolver os seus problemas através do auxílio paternal de certos políticos ou através do desvio da lei. Nós vemos isso cotidianamente, nunca nos insurgimos contra uma lei que consideramos injusta, mas simplesmente nós desviamos da proibição legal.

E como mudar essa mentalidade, professor?
É uma boa pergunta, mas a resposta vai ser um tanto desalentadora. Essa mentalidade e costumes foram forjados por uma instituição política colonial, depois imperial e falsamente republicana, mas, sobretudo, pela vigência do sistema capitalista, que entrou em vigor no Brasil no ano do descobrimento. E o sistema capitalista tem essa característica específica, o poder é sempre oculto e dissimulado. Os grandes empresários dizem que não são eles que fazem a lei, mas na verdade são eles que fazem o Congresso Nacional. São eles que dobram os presidentes da República. E os grandes empresários atualmente são os grandes banqueiros, os personagens do agronegócio, os industriais e os grandes comerciantes. Agora, por exemplo, o Partido dos Trabalhadores (PT) acabou admitindo na esfera federal, porque não havia outro jeito, a aprovação de um novo Código Florestal que favorece abertamente os grandes proprietários agrícolas. Então veja, para mudar tudo isso é preciso um trabalho longo e contínuo de educação cidadã. Isto evidentemente a partir de um trabalho de contínua denúncia dessa situação oligárquica. Mas a denúncia dessa situação hoje na sociedade de massas passa necessariamente pelos órgãos de comunicação de massa que estão nas mãos dos grandes empresários. Então a situação é muito pior do que a gente poderia imaginar, mas o importante é não desanimar, não perder o impulso no sentido da denúncia completa. Nenhum sistema de poder permanece em vigor se é desmoralizado perante o público. Nós temos poucas possibilidades de desmoralizar o sistema capitalista, mas uma delas que temos que aproveitar até o fim é a imprensa corajosa e lúcida como é o caso de Caros Amigos e Brasil de Fato.

Para além da imprensa, o que os movimentos sociais e sindicais, que cumpriram um papel importante de desmoralização da última ditadura militar, poderiam fazer?
O grande problema dos sindicatos que se revelou hoje é que eles não têm espírito público. Eles defendem em geral muito bem os interesses da classe trabalhadora, mas muitas vezes os meios empregados para essa defesa vão contra o interesse público. Quero dar um exemplo que vai provocar um certo escândalo. Eu sou radicalmente contra a greve no serviço público porque o grande prejudicado não é o governo, é o povo. A greve foi um instrumento legítimo de defesa dos trabalhadores nas empresas privadas porque atinge diretamente os interesses dos empresários. No serviço público é diferente. Veja o que aconteceu nas Universidades Federais. Todas entraram em greve. Os alunos declararam greve. Ora, os alunos das Universidades Públicas têm o privilégio de não pagar mensalidades. E como é que são sustentadas essas Universidades?
Com o dinheiro do povo, e digo mais, com o dinheiro do povo mais pobre porque 70% dos impostos desse país são indiretos, ou seja, quem tem menos paga mais. É por isso que nós precisamos ampliar a educação cívica e política no sentido amplo da palavra. Eu criei, juntamente com alguns companheiros, há mais de vinte anos a Escola de Governo. Foi apenas um início e eu gostaria que fossem multiplicadas as escolas de formação cívica. Na periferia é preciso multiplicar esse tipo de ensino para que o povo comece desde já a se revoltar. Se fulano vier pedir votos para vereador ou prefeito, é preciso saber quem é o fulano, quem o mandou, quem é o responsável por sua candidatura.

Hoje os trabalhadores menos precarizados do Brasil são justamente os servidores públicos porque têm condições reais de questionar a sua situação de trabalho ao enfrentar o seu patrão, que é o governo. Não seria um pouco radical não legitimar a greve no setor como instrumento de luta para conquistar e manter direitos?
Em primeiro lugar, a greve no serviço público não é tradicional, é muito recente. Em segundo lugar, ao invés da greve é preciso estabelecer instrumentos de proteção especial para os servidores públicos como, por exemplo, tribunais de arbitragem, estabilidade, garantia de aumento nos vencimentos pelo menos de acordo com o índice inflacionário e assim por diante. Tudo aquilo que é para favorecer os servidores públicos e lesa o patrimônio do povo deve, a meu ver, ser denunciado e banido. É uma questão que precisa ser mudada.

O senhor disse sobre a existência de oligopólio nas empresas de comunicação no Brasil. Se o Executivo, Legislativo e Judiciário não fazem nada contra algo que é proibido pela Constituição, que atitude o povo pode tomar?
Eu acho que cada um tem uma missão e particularmente acredito que cumpri a minha. Eu procurei o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) propondo que se fizesse uma ação direta de inconstitucionalidade por omissão, pela não regulamentação dos dispositivos constitucionais sobre os meios de comunicação de massa. O Conselho não aceitou. Então eu procurei o Partido Socialismo e Liberdade (Psol), que aceitou e a ação foi proposta, que é a ação de inconstitucionalidade por omissão número 10. Mas essa é uma medida meramente política. Do ponto de vista jurídico, o eventual ganho de causa não vai significar muita coisa porque dará uma recomendação ao Congresso Nacional para regulamentar a Constituição. Mas é preciso utilizar- se dessa ação para denunciar o controle que a mídia exerce sobre o Congresso Nacional. E exerce também sobre o Executivo porque o Advogado Geral da União que, de acordo com a lei, está sobre a imediata supervisão do Presidente da República, deu parecer contrário à ação.

Até hoje ainda existem instituições criadas pela última ditadura civil-militar como é o caso da Polícia Militar. E apesar das denúncias dos movimentos sociais e de estudantes sobre a violência sistemática cometida pela Corporação, parece que o Estado finge que não acontece nada. Diante disso, o que se fazer?
Bom, em primeiro lugar, não são todos os movimentos sociais que protestaram contra o morticínio [na chácara] de Várzea Paulista [no interior de São Paulo, onde policiais da Rota – Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar – mataram nove pessoas no dia 11 de setembro]. E eu fiquei surpreso com o fato da Arquidiocese de São Paulo ter protestado contra as declarações religiosas de um candidato a prefeito da cidade de São Paulo, mas não ter dito nada sobre esse morticínio planejado e executado friamente. Foram abatidas nove pessoas com 61 tiros. Não houve arranhão em nenhum policial militar. Pois bem, quero lembrar que a Organização das Nações Unidas acaba de se pronunciar insistindo na supressão da Polícia Militar. Esta é uma proposta que eu venho defendendo há vários anos pois não faz nenhum sentido a organização de uma polícia no estilo de forças armadas, porque isso é uma trágica herança do regime empresarial militar.
Fonte - Brasil de Fato 02/10/2012

Poluição do ar diminui expectativa de vida


Partículas como as emitidas por Tubarão afetam a saúde

As partículas em suspensão são o tipo de poluição atmosférica que mais riscos apresentam para a saúde na União Europeia, causando mortalidade prematura, segundo a Agência Europeia Ambiental (AEA). Estudo feito pela entidade aponta que há redução da vida humana em dois anos para as pessoas que vivem nas cidades onde há maior poluição na Europa.
O estudo aponta como principais responsáveis por essa redução as partículas em suspensão (PS10, PS2,5), classificadas como as que representam mais risco à saúde, além de ozônio (O3), dióxido de enxofre (SO2), benzeno, monóxido de carbono (CO) e dióxido de nitrogênio (NO2).
A AEA cobra a diminuição dos limites estipulados para a emissão desses poluentes, assim como é feito no Espírito Santo, onde a população vem lutando para reduzir os limites estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Segundo as entidades da sociedade civil capixaba, o mínimo esperado para o Estado é a redução dos limites aos valores previstos pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo o estudo da AEA, as partículas em suspensão (PS10, PS2,5), que possuem padrões menos rigorosos na Europa, penetram em partes sensíveis do sistema respiratório e causam mortalidade prematura, assim como o ozônio, responsável também por doenças respiratórias. Essas partículas são emitidas diariamente pela Vale e pela Arcelor Mittal, na Ponta de Tubarão, em Vitória, conforme denunciam os ambientalistas.
Já o dióxido de nitrogênio, também emitido na região, foi considerado pelo estudo como um dos agentes da eutrofização (crescimento excessivo de algas e plantas na água) e o benzeno classificado como cancerígeno.
Todos esses poluentes, segundo o estudo, continuam sendo emitidos fora dos padrões aceitáveis para a garantia da qualidade de vida da população europeia que vem adoecendo devido ao grande volume de poluentes no ar. A AEA ressalta que apenas a emissão do dióxido de enxofre e o monóxido de carbono diminuíram, apresentando um caráter esporádico e localizado.
Além do impacto sobre a saúde, a diretora-executiva da AEA, Jacqueline McGlade, afirmou que a poluição custa ao bloco 1 trilhão de euros (US$ 1,30 trilhão) por ano em cuidados com saúde e impactos mais amplos sobre os ecossistemas.
Apesar dos debates para reduzir os limites para as emissões de poluentes no Estado, o ar da cidade de Vitória, por exemplo, continua entre os mais poluídos do País. E o material particulado que chega ao bairro Ilha do Boi, também em Vitória, aumentou 46% de 2009 a 2012, segundo o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
Poluição x saúde
No Brasil, estima-se que cerca de 5 milhões de pessoas tenham a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Em 2010, foram 116.680 mil internações, que custaram ao Ministério da Saúde R$ 83,6 milhões. Em 2011, o número de internações subiu para 116.707, custando R$ 87,1 milhões aos cofres públicos. Até julho deste ano, já são 57.881 registros, que custaram ao governo R$ 45,1 milhões.
Na Europa, segundo a AEA, o material particulado é visto como o mais grave risco de poluição atmosférica. Depois de passar por reações químicas no ar, ele entra na água, no solo e na cadeia alimentar, e podem reduzir a produção agrícola.
Séculodiário.com – Flávia Bernardes - 25/09/2012
Fonte -  São Paulo Trem Jeito ( Sinferp) 02/10/2012

O futuro do setor metroferroviário no Brasil

Digital Assessoria - 01/10/12

O futuro do setor metroferroviário no Brasil: Perspectivas de crescimento, investimentos e tecnologia. O tema abrirá os trabalhos do 1º Congresso Metroferroviário Brasileiro, que acontecerá no período de 6 a 8 de novembro, na Sala Cantareira 6, 2º andar do Pavilhão Vermelho do Expo Center Norte, em São Paulo.
O Congresso é promovido pelas principais entidades do setor: Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (Aeamesp), Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Associação Nacional dos Transportadores de Ferroviários (ANTF) e Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre).
O Congresso será realizado em paralelo à 15ª Feira Negócios nos Trilhos, exposição organizada pela UBM Brazil, que receberá cerca de 200 expositores nacionais e internacionais.
Foram convidados para compor o painel de abertura, no dia 6 de novembro, às 14h15:
• Paulo Sérgio Passos, Ministro dos Transportes, Ministério dos Transportes
• Aguinaldo Ribeiro, Ministro das Cidades, Ministério das Cidades
• Marcelo Perrupato, Secretário de Política Nacional, Ministério dos Transportes
• Rodrigo Vilaça, Presidente, ANTF - Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários
• Vicente Abate, Presidente, ABIFER - Associação Brasileira da Indústria Ferroviária
• José Geraldo Baião, Presidente, AEAMESP - Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô
• José Antonio Fernandes Martins, Presidente, SIMEFRE - Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários
• Joubert Flores, Presidente, ANPTrilhos – Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos
A programação na parte da tarde inclui ainda os paineis: 15h30 - Os Incentivos do Governo Federal para Fomentar o Crescimento e Expansão do Setor Ferroviário Nacional, tendo como palestrante, Maurício Muniz, Secretário do Programa de Aceleração do Crescimento, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e às 16h30 - A Tecnologia em Prol do Avanço das Ferrovias no Brasil: Soluções para Melhorias de Serviços e Operações, com Vicente Abate, Presidente, Associação Brasileira da Indústria Ferroviária.
Realizada pela UBM Brazil, a 15ª edição da Feira Negócios nos Trilhos, está com quase 100% da área disponível para exposição comercializada. A edição 2012 deve receber mais de 7.500 visitantes e cerca de 180 expositores. Considerado o maior encontro do setor de transporte metroferroviário da América Latina, a Feira Negócios nos Trilhos, que faz parte do portfólio de eventos de transportes da UBM Brazil - é conhecida por reunir as principais empresas da cadeia produtiva, operadoras de carga e passageiros, fornecedores do Brasil e exterior e principalmente, por ser palco de lançamentos das grandes novidades desenvolvidas pelo setor metroferroviário.

Serviço:

15ª Feira Negócios nos Trilhos (NT 2012)
1º Congresso Metroferroviário Brasileiro
Data: 06 a 08 de novembro de 2012
Horário: 13 horas às 20 horas
Local: Pavilhão Vermelho - Expo Center Norte
Endereço: Rua José Bernardo Pinto, 333 - São Paulo – SP

Obs: Proibida entrada de menores de 18 anos, mesmo que acompanhados. Mais informações sobre a NT 2012 e o Congresso poderão ser obtidas acessando: www.ntexpo.com.br

Credenciamento da Imprensa já está aberto e poderá ser feito até 05/11 com Katia Siqueira:siqueira.katia@digitalassessoria.com.br

Fonte - Revista Ferroviária  01/10/2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ILHA DO URUBU - Justiça devolve a posse da ilha aos seus antigos donos

Índios têm posse de terra da Ilha do Urubu 
Tribuna da Bahia 30/09/12

A Justiça retira posse do espanhol naturalizado Gregório Preciado (primo de Serra) sobre a ilha  e a devolve aos seus antigos donos.


Foto - Redeimprensalivre
Os desembargadores da 3ª Câmara Cível, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), reconheceram por 3 votos a 0, a posse de terra de Vandeíta de Jesus Martins dos Santos sobre a Ilha do Urubu.
A decisão das magistradas Heloísa Graddi, Telma Britto e Lisbeth César Santos, por unanimidade, garante os direitos da terra de forma quase definitiva, já que não cabe recurso.
De acordo com o advogado César Oliveira, os herdeiros legítimos da propriedade, cuja escritura é de 1964, entraram com uma ação na Justiça para garantir a posse sobre a área. Ele explicou que Gregório Preciado, espanhol naturalizado brasileiro, e primo do candidato a prefeito de São Paulo José Serra (PSDB), teria uma escritura fraudulenta da terra e desalojado os verdadeiros posseiros
Foto - jacuipenoticias
A Ilha do Urubu foi utilizada como garantia por Gregório Preciado em um empréstimo feito no Banco do Brasil no valor de US$ 5 milhões. Em primeira instância, em Porto Seguro, um juiz substituto negou a posse aos herdeiros. Valdeíta recorreu ao TJ-BA, que agora reconheceu a sua propriedade.
De acordo com o advogado, o terreno era de um pescador que o adquiriu há 48 anos. Oliveira ainda lembra que a terra foi esbulhada por Gregório com um documento falso e pelo belga Phelipe Meeus, que tinha uma escritura de doação feita por Paulo Souto, no seu último dia de governo à frente da gestão do Estado da Bahia.
Ele ainda informou que perícias realizadas na época comprovaram que o título de doação foi irregular. A disputa pela posse da Ilha do Urubu é um dos fatos narrados no livro “A Privataria Tucana”, que faz uma série de denúncias sobre a chamada Era das Privatizações no Brasil.
O advogado afirma que a “decisão do tribunal confirma a denúncia da Privataria Tucana”, e que, no seu entendimento, a justiça foi feita. “Não importa se as pessoas são humildes e se a área vale milhões, e foi isso que a Justiça reconheceu”, refletiu. Ele completa que a decisão da Justiça é “atualmente positiva para a cidadania, democracia e o Estado Democrático de Direito”.
Fonte -  Tribuna da Bahia 30/09/2012

domingo, 30 de setembro de 2012

A fuga dos ricaços na França

Foto  Pregopontocom
Por Altamiro Borges
Nesta sexta-feira (28), o presidente François Hollande apresentou a proposta de orçamento do governo francês para 2013. Ela prevê aumento da arrecadação tributária de 20 bilhões de euros (cerca de R$ 52 bilhões), com a elevação dos impostos cobrados dos ricaços e das grandes corporações empresariais. O projeto também fixa a redução de gastos públicos, numa política de austeridade fiscal contrária aos serviços públicos. Com isso, o governo pretende atingir a meta do déficit de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013.
O projeto, que nem corresponde aos anseios da população francesa que elegeu Hollande em maio passado, já gerou forte gritaria dos bilionários – com o apoio da mídia rentista. Eles afirmam que o aumento de impostos desestimula a economia e afugenta os negócios. Diante da grave crise que afunda a França – o banco central já admite uma contração de 0,1% no PIB no terceiro trimestre na segunda maior economia da zona do euro –, os ricaços propõem a demissão de servidores e o corte nos direitos trabalhistas no setor privado.
De Porsche, eles fogem para Bélgica
O item mais atacado da proposta orçamentária, que ainda será votada pelo parlamento, é o que cria um imposto sobre aqueles que ganham mais de 1 milhão de euros por ano. O governo alega que está medida, válida por dois anos, afetará apenas cerca de 2 mil bilionários da França e que o aumento dos impostos para as pessoas físicas resultará numa arrecadação de 10 bilhões de euros para os cofres públicos. “É um orçamento de combate para a justiça social”, argumenta o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault.
Mas os ricaços e rentistas, maiores culpados pelo colapso das economias capitalistas da Europa, não estão dispostos a contribuir na superação da crise e no enfrentamento dos graves problemas sociais. Mesquinhos e arrogantes, eles querem apenas manter os seus privilégios – e danem-se os 3 milhões de desempregados e desamparados. Na semana passada, o jornalista Graciliano Rocha, da Folha, revelou que os ricaços franceses já “fazem as malas para evitar a taxação sobre fortunas”. De Porsche, “eles fogem para a Bélgica”.
O ricaço da Louis Vuitton
“A Bélgica virou um dos destinos preferenciais de uma leva de refugiados que chegam em carros de luxo, ostentam relógios caros e não são capazes de viver sem o champanhe da terra natal. Em cada vez maior número, milionários franceses fazem as malas e partem em direção a países que não aplicam taxação sobre a fortuna, como Suíça e Reino Unido”. Bernard Arnault, dono de conglomerado de luxo Louis Vuitton e o homem mais rico da França, pediu recentemente cidadania belga. Outros ricaços já fizeram o mesmo percurso.
“Os ‘expatriados fiscais’, como são chamados, evitam jornalistas. A Folha teve negados os seus pedidos de entrevista. Em parte, esse comportamento deriva da controvérsia provocada por Bernard Arnault. O bilionário francês virou um dos assuntos mais candentes no país, tema de editoriais da imprensa e capa de jornais satíricos... A reportagem levou 90 minutos para atravessar os oito quilômetros que ligam o Uccle [novo paraíso dos ricaços] ao centro de Bruxelas, presa num engarrafamento de Porsches, Jaguares e Land Rovers”.
Caridade por motivos mesquinhos
A fuga dos ricaços da França lembra a música de Cazuza: “A burguesia fede”. Até quando ela faz caridade é por motivos mesquinhos e pragmáticos. Recentemente, o banco Credit Suisse fez um estudo sobre “A filantropia da nova geração”, com base na lista dos 150 milionários “filantropos” da revista Forbes. O resultado é chocante. Julia Chu, responsável pela pesquisa, constatou que eles encaram a assistência social com o olhar nos negócios – 44% esperam retorno dos “investimentos sociais” em menos de dez anos.
Fonte - Blog do Miro  30/09/2012

ACONTECEU NA ISLÂNDIA - Como o pais se libertou da ditadura finaceira

Internacional

Islândia livrou-se dos banqueiros,refez a constituição de maneira direta e democrática tornou-se um país próspero,com o segundo melhor IDH do mundo..O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessão.A crise levou os islandeses a mudar de governo e a nacionalizar os bancos. Mas o exemplo de democracia não tem tido cobertura da mídia

Por Joana Azevedo Viana,
foto - ilustração
Lição democrática n.º 1: Pacificamente, os islandeses começaram a concentrar-se, todos os dias, em frente ao Althingi [Parlamento] exigindo a renúncia do governo conservador de Geir H. Haarde em bloco. E conseguiram. Foram convocadas eleições antecipadas e, em Abril de 2009, foi eleita uma coligação formada pela Aliança Social-Democrata e o Movimento Esquerda Verde - chefiada por Johanna Sigurdardottir, actual primeira-ministra.

Lição democrática n.º 2: Os clientes dos bancos privados islandeses eram sobretudo estrangeiros - na sua maioria dos EUA e do Reino Unido - e o Landsbanki o que acumulava a maior dívida dos três. Com o colapso do Landsbanki, os governos britânico e holandês entraram em acção, indemnizando os seus cidadãos com 5 mil milhões de dólares [cerca de 3,5 mil milhões de euros] e planeando a cobrança desses valores à Islândia.Algum do dinheiro para pagar essa dívida virá directamente do Landsbanki, que está neste momento a vender os seus bens. Porém, o relatório de uma empresa de consultoria privada mostra que isso apenas cobrirá entre 200 mil e 2 mil milhões de dólares. O resto teria de ser pago pela Islândia, agora detentora do banco. Só que, mais uma vez, o povo saiu à rua. Os governos da Islândia, da Holanda e do Reino Unido tinham acordado que seria o governo a desembolsar o valor total das indemnizações - que corresponde a 6 mil dólares por cada um dos 320 mil habitantes do país, a ser pago mensalmente por cada família a 15 anos, com juros de 5,5%. A 16 de Fevereiro, o Parlamento aprovou a lei e fez renascer a revolta popular. Depois de vários dias em protesto na capital, Reiquiavique, o presidente islandês, Ólafur Ragnar Grímsson, recusou aprovar a lei e marcou novo referendo para 9 de Abril.

Lição democrática n.º 3: As últimas sondagens mostram que as intenções de votar contra a lei aumentam de dia para dia, com entre 52% e 63% da população a declarar que vai rejeitar a lei n.o 13/2011. Enquanto o país se prepara para mais um exercício de verdadeira democracia, os responsáveis pelas dívidas que entalaram a Islândia começam a ser responsabilizados - muito à conta da pressão popular sobre o novo governo de coligação, que parece o único do mundo disposto a investigar estes crimes sem rosto
Nota do editor: Foram selecionadas apenas, partes mais importantes da matéria publicada em 26/03/2011
Fonte - 1.ionline.pt 30/09/2012