domingo, 2 de dezembro de 2012

SALVADOR - FEIRA, O TREM TRGV DA BAHIA

Transportes sobre trilhos

A importância de um trem regional de passageiros de grande velocidade para o recôncavo baiano.Para descongestionar as vias de circulação de pessoas e cargas na Mega RMS é imperioso investirmos em equipamentos de grande capacidade de carregamento para os eixos troncais, como é caso do corredor de Feira à Salvador.

Rafael A. G. de Vasconcellos*
Foto - Pregopontocom
Nós baianos estamos nos acostumando e acomodando diante do caos que é a BR-324 Salvador Feira, permitindo que se chegue ao colapso total, sem esboçarmos reação. Precisamos pois, exercer nossa cidadania exigindo soluções pra já.
Para descongestionar as vias de circulação de pessoas e cargas na Mega RMS é imperioso investirmos em equipamentos de grande capacidade de carregamento para os eixos troncais, como é caso do corredor de Feira à Salvador. As vias férreas existentes, em estado de avançada obsolescência, estão pedindo socorro para não sucumbirem de vez, degradadas e desqualificadas que são para oferecer um serviço minimamente aceitável. Precisam ser reconstruídas em novos padrões.
A reconstrução destas vias pode ser a oportunidade de se dar um salto de qualidade no padrão tecnológico, ousando para a oferta de um serviço de transporte público de passageiros de grande capacidade, sobre trilhos. Afinal, 80% do PIB baiano está concentrado neste espaço territorial, alem de deter 50% da população do estado, o que representa algo superior a 7 milhões de habitantes. Dados esses que por si só justificam este mega empreendimento.
A implantação de um Trem de Passageiros de âmbito regional vem, portanto, em conseqüência da necessidade de reestruturação do sistema estruturante sobre trilhos, que se encontra deficiente dentro do sistema logístico, ai incluso todo o complexo de transportes, com rodovias, portos e complexo naval da BTS.
Um Trem Regional de passageiros é um serviço de transporte eficiente pela sua capacidade de desenvolver velocidades superiores a 150 Km/hora, competindo com extrema vantagem em relação ao transporte rodoviário de passageiros, oferecendo muitíssimo mais conforto, o que, em conseqüência, destaca-o como um grande vetor de expansão urbana. Vem a criar, com isso, novos arranjos urbanos, por uma ocupação mais qualificada, desadensando os grandes centros e se distribuindo mais e melhor no espaço do território.
As condições geológicas e topográficas da região permitem a implantação de vias para este padrão de velocidade de trem em níveis inferiores a R$ 6,0 milhões por Km, com raios de curva de até 500 m (mínimo). Enquanto que um Trem de Alta Velocidade (TAV), para velocidades superiores a 300 Km/hora exige investimentos superiores R$ 30,0 milhões por Km, com raios de curvas mínimos de 2000 m, algo distante para a demanda de passageiros que podem ser gerados neste corredor de forma a justificar e viabilizar o empreendimento.
Se considerado o conjunto de vias férreas a ser implantado nesta mega região metropolitana, com vias de carga e plataformas logísticas de apoio aos portos (ZAAL – Zona de Apoio e Atividades Logísticas), alem do Trem Suburbano estendido até a estação do Metrô no Retiro e até Dias D’Ávila, é possível haver forte interesse da iniciativa privada em explora-lo comercialmente. Para tanto, devem ser cumpridas as metas e os compromissos do Governo Federal, originados do programa de Privatização das Ferrovias da RFFSA, em 1995, de substituição dos antigos traçados das vias férreas dos centros das cidades, cujo custo fica algo em torno de R$ 400,00 milhões. Devendo acrescer algum montante a mais neste compromisso do Governo Federal, para efeito de resgate dos investimentos não realizados na Bahia quando comparados com o que foi aplicado noutras capitais de porte semelhante como Recife, BH e Porto Alegre, nas ferrovias do entorno destas grandes metrópoles. Um montante a ser destinado à revitalização do segmento existente entre Salvador e Dias D’Ávila, ai incluso:1) a construção de Estação Rodo Ferroviária de Passageiros Metropolitana de Simões Filho / BR-324; 2) a construção da extensão do trem suburbano de Lobato até o Retiro. Resultando no todo desta revitalização algo em torno de R$ 300,0 milhões.
Resta apenas para ser bancado pelo Estado da Bahia e iniciativa privada em concessão assistida: a) construção da ligação de Santo Amaro (saida para o Recôncavo) à Feira de Santana; b) construção das Plataformas Logísticas e ZAAL; c) aquisição e implantação dos sistemas operacionais de controle de trafego, de sinalização e de licenciamento de trens; d) a construção de estações, de terminais e de unidades de administração e de apoio operacional (depósitos, oficinas, etc), inclusive equipamentos (maquinas e trens de serviços de manutenção); e) aquisição do material rodante. Ficando para esta parcela do empreendimento algo em torno de R$ 500,0 milhões, podendo a iniciativa privada vir a ser selecionada pela oferta de menor desta parcela delegada ao estado.
Quanto ao arranjo institucional para gestão do sistema, sugerimos o consorcio inter federativo, pelo simples fato da sua amplitude jurídica, com atribuições de ente federado e ente privado, podendo ter como membro, alem dos municípios envolvidos, o Estado e a União.
(*) Feira logo supera 600 mil habitantes e a RMS 3,5 milhões, aumentando dia a dia a mobilidade entre estas concentrações urbanas. Daí pergunto: -- Como as condições geométricas são favoráveis (Raio de Curva mínimo = 600 m e rampas inferiores a 1,16%), permitindo estas velocidades, não seria o caso de retomarmos a obra iniciada em 1990? -- Não se justifica para esta região a imediata implantação de um Trem de Passageiros, um Regional, estilo europeu à 150-180 Km/hora?
*Rafael A.G.de Vasconcellos é Engenheiro Civil e Ferroviário
Fonte - Rafael A. G. de Vasconcellos  01/12/2012

2 comentários:

  1. Depois de Salvador, a segunda cidade mais populosa da Bahia, eu creio q seje Feira, as outras maiores como Alagoinhas ou juazeiro, podem chegar aproximado, mas, igual não e p,ra Feira não ter uma ferroviária? absurdíssimo! É certo q em passado já longiquo Feira já teve seu ramal ferroviáio, mas, meu Deus! Esse ramal quase partindo de Cachoeira! Absurdo! Tem q partir de Santo Amaro e assim mesmo não deixa de ter seus bocados de km a mais. Outra coisa tbm: cortar umas melindrosas sinuosidades q faccilita tanto o descarrilhamento e as vezes o tombamento do vagão. Vamos fazer isso?

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  2. O trem de passageiros ainda na década de 60 SSA/Feira também conhecido na época como Motriz,02 carros ficavam em Sto Amaro e o restante da composição seguia viagem,chegou a ter uma composição nova e moderna chamada de "Trem Marta Rocha" que naquela época ja tinha os degraus dos carros retrateis e automáticos. Possuía carros de 1ª e 2ª classes além do carro bagageiro.Em Sto Amaro ficavam também 2 carros, um de cada classe.Assim também funcionava o trem de SSA/Juazeiro que deixava alguns carros em Sr.do Bonfim.Esse sistema facilitava o embarque e desembarque dos passageiros sem ocasionar atrasos,pois na viagem de volta eles eram acoplados a composição principal já com os passageiros a bordo.

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